ABORTO ILEGAL NO BRASIL

Você sabia que mais de um milhão de mulheres realizam aborto ilegal por ano no Brasil? Verdade....

Quero falar de um tema polêmico. Polêmico pela interpretação que as pessoas costumam dar ao assunto. Quero deixar claro antes de tudo, que do ponto de vista da fé, não sou a favor do sexo sem compromisso, nem da prostituição e nem tão pouco do aborto.

Defendo o planejamento familiar, a educação sexual e faço ataques direto ao aborto e a exploração sexual de jovens e adolescentes.

O planejamento familiar é inegavelmente, um fato dos dias de hoje ditado pela dificuldade de casais terem famílias numerosas, o crescente número de adolescentes grávidas frente às limitações econômicas que o mundo enfrenta como problemas de alimentação, misérias, saúde e assistência de educação.

Encaro este assunto como um fato real nos dias que vivemos em uma estranha sociedade com princípios modernistas e verdades relativas.

Creio que este tema deveria ter uma compreensão maior não só por parte do Governo Federal, mas de toda a sociedade independente de religião. É inadmissível que se coloquem interesses pessoais e tabus frente aos gravíssimos problemas que a sociedade brasileira, em particular, enfrenta na atualidade.

A sociedade moderna caminha para a alta destruição e ninguém que tenha amor ao próximo pode se comprazer com o que vimos presenciando com mulheres, crianças e adolescentes.

Do ponto de vista cristão, Deus demonstra que tem um grande projeto de nação elaborado por ele mesmo e que é nossa responsabilidade apresentá-lo e colocá-lo em prática.

No Livro de Gênesis, Deus dá uma aula de planejamento, organização e execução de sua idéia. Ele esclarece sua intenção estadista e a formação de uma grande nação. A proposta de uma sociedade politicamente organizada tem por objetivo essencial trazer bem-estar aos seus cidadãos. O ambiente, a cidade e o Estado são pensados visando sempre ao bem-estar das pessoas, pelo fato de todos terem direito de uma vida de qualidade e de ser feliz.

Pelos olhos espirituais da fé, digo para quem não conhece muito bem a Deus ou conhece só de ouvir falar seu nome, que Ele é um Deus zeloso pelo bem estar de Seu povo, apaixonado pela humanidade, odeia incertezas, covardias, injustiças e um relacionamento morno com Ele.

Como seres humanos, imperfeitos e pecadores, devemos também ter olhos humanos para olharmos a questão da ordem pública social e constatarmos que os riscos que acompanham a gestação de mulheres, meninas e adolescentes ainda é de grande preocupação no Brasil e no resto do mundo e sua prevenção deveriam iniciar-se muito antes da gravidez. A gestação na adolescência produz efeitos nocivos diretos durante e depois do parto, incidindo não só na adolescente, como também no seu filho.

Tratar deste assunto de tamanha importância na vida do cidadão é também olhar para os projetos de Deus.

Os métodos contraceptivos e prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, como melhoria da qualidade de vida do povo, não é um caso de religião, mas de saúde pública.

É necessário acabar com a hipocrisia em relação a temas ligados a educação sexual, sendo um tema tão importante para a humanidade, quanto a exploração e a aids e não pode ser tratada com hipocrisia. Do ponto de vista social é uma vergonha para a espécie humana.

Nosso Brasil é constituído essencialmente por mulheres jovens e a gravidez precoce não planejada adquire maior importância quando identificada como principal fator de abandono escolar e a terceira grande causa de morte no País.

A educação sexual deve ser encarada como um tema da sociedade moderna e tão importante para a humanidade, que deixou de ser uma questão puramente religiosa para ser visto também como um agravante de ordem política, econômica e, sobretudo, contra os direitos humanos. Para o religioso tratar deste assunto significa incentivar o sexo sem compromisso e a prostituição.

Precisamos olhar com olhos humanos para nos conscientizar de que uma coisa é criar algo com as próprias mãos, e outra é gerar de dentro de si mesmo um novo ser. Não fazemos referencia à diferença entre criar uma criança e gerar um novo ser, pois nesse caso é muito mais gratificante criar alguém que estava destinado à perdição do que trazer um novo ser ao mundo.

Para quem olha para o mundo com uma visão humana, fica muito claro que não devemos simplesmente cruzar os braços e assistir de camarote a destruição de nossos irmãos ditados por uma sociedade de verdades relativas. O senhor Jesus preveniu que “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10.10).

Estas palavras estão contidas em todas as Bíblias, não somente na Evangélica, e dizem respeito ao diabo que veio somente para roubar, matar e destruir o povo que Deus criou por semelhança.

Em outra passagem bíblica registra: “Se alguém gerar cem filhos e viver muitos anos, até avançada idade, e se a sua alma não se fartar do bem, e, além disso, não tiver sepultura, digo que um aborto é mais feliz do que ele” (Eclesiastes 6.3).

As pesquisas constatam que mais de um milhão de mulheres por ano realizam abortos ilegais no Brasil. É isso aí, você leu direito, um milhão. O número de óbitos e seqüelas para a saúde das mulheres é imenso. Em média, 250.000 casos anuais registrados por problemas decorrentes de abortos mal realizados. Isso sem contar os casos não registrados.

Isto é degradante e merece a especial atenção de toda a sociedade brasileira e daqueles que se interessam pelo seu semelhante, pela pouca ou nenhuma orientação que recebem em seus lares, em escolas, e outros organismos da sociedade.

Mas infelizmente, o que ocorre na verdade é que conservadores extremados opõem-se tratar destes assuntos, argumentados por meio do ensino da doutrina e das práticas católicas e religiosas. Entretanto esquecem de olhar para seu próprio umbigo para não constatar o grave erro que cometem.

Em Mateus 7:1;2, Jesus falava para os hipócritas, que julgavam e reprovavam outras pessoas que praticavam os mesmos atos que eram praticados pelos mesmos que as julgavam. Quem pratica algo não tem isenção para julgar quem o mesmo ato pratica.

Então pasmem ainda mais meus amigos e minhas amigas: uma recente pesquisa realizada com mulheres de várias idades e classes sociais revelou um dado estarrecedor: 80% das mulheres que já usam contraceptivos, já abortaram, sendo que a grande maioria delas é de religiosas centradas nas igrejas católicas, que sempre foram radicalmente contra esses métodos eficazes do planejamento familiar. Será que alguém se anima ainda a atirar a primeira pedra?

Então lhe pergunto: Será que o único método autorizado pela igreja é a tão comentada “tabelinha”, classificado como o pior de todos os contraceptivos, que favorece a gravidez indesejada e consequentemente o aborto? O que a igreja católica e muitas evangélicas estão fazendo por estas pessoas? Deixá-las a margem da sociedade e a beira da morte é o mais indicado? É preferível continuar mantendo estas atitudes hipócritas e ver o povo morrendo sem lhe oferecer uma melhor qualidade de vida? E do ponto de vista espiritual? Existe salvação após a morte?

Meus irmãos, por tudo isso me lembra uma vez mais as palavras do Cristo no monte das Oliveira: “...Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela”. (João 8.7) Misericordioso seja o Senhor nosso Deus.

Deus enviou Jesus ao mundo para que todos pudessem ter a oportunidade de salvação, senão veja o que a Palavra de Deus diz: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele." (João 3: 16 e 17).

Não temos como negar que a estúpida postura hipócrita e secular de lideres religiosos católicos e muitos evangélicos, contribui para o alto índice de criminalização e de abortos realizados no Brasil.

Se esses lideres, conjuntamente com o Estado as tivessem amparado verdadeiramente com a aplicação de cursos, orientações e avaliações psicológicas e sociais, incentivando-as a usar métodos seguros de contraceptivos, muitas futuras mães e adolescentes poderiam desistir dos abortos e esses atos reduziriam à índices extremamente significantes. Além disso, representaria também um enorme reflexo positivo aos cofres públicos, os quais poderiam ser investidos na educação de um povo carente.

Contudo é mais fácil olhar para o outro lado e fingir que esses problemas não existem, amaldiçoando a pílula do dia seguinte do que combater a pedofilia e a corrupção. Não aceitam uma verdade mais plena, pois para eles a igreja só tem a ensinar e nada a aprender. Muitas são portadoras de uma verdade única, fora da qual não há saída.

Se assim continuarem interpretando e agindo, certamente estaremos cometendo um grande ato de discriminação. A necessidade de tratar desta questão e do planejamento familiar é um fato de nosso tempo ditado pela necessidade de assistência e de educação que se impõem na sociedade moderna.

Faça a sua reflexão, olhe para a sua família e coloque-se no lugar dessa gente.

Boa reflexão e que Deus te abençoe.

((((Plínio))))

Redação em 29/12/2008 19:24:00