O NATAL E EU
HÁ um verso de um poema do Mestre Machado em que ele perguntava:-“mudou o Natal ou mudei eu”?
O certo é que faz tempo que o Natal não é mais a festa da família,da confraternização,das preces conjuntas,da tradição e das grandes consoadas;mesas fartas,o perú reinando sobranceiro,a macarronada caprichada,as frutas secas,o ponche(receita,segredo de cada família,guardado a sete chaves),o champanhe.Hoje,o Natal é a festa do deus Consumo.
Ficaram em segundo plano,as vetustas catedrais com seus coros de anjos,a Missa do galo,missa injusta,aliás,pois o festejado é o galo,mas,quem é comido é o peru.Foram substituídas pelos alegres shoppings-centers,cada vez mais atrativos do que as velhas igrejas e seus cantos gregorianos.
Restaram as músicas;o “Jingle Bells”,importado,as velhas canções portuguesas como o lindo “Adeste Fidelis”,o “Noite Feliz”,tocado e cantado por todos,e,a clássica infantil ,com o belo versinho,tão verdadeiro:Papai Noel vê se você tem,
A felicidade
Prá você me dar.
E,essa tal felicidade,no Natal,ela chega?Pressurosa,para as crianças com seus brinquedos,para a velha senhora que recebe os filhos e netos,para o comerciante,contando os lucros,chega com a visão da bela mesa posta para a ceia,o rebrilhar das pratas e dos cristais,o perfume dos incensos e das velas,a s luzes feéricas das mangueiras elétricas s seus pisca-piscas cada dia mais sofisticados,pois o Natal é a festa da luz;ou,como escreveu um conhecido que é um grande escritor(embora ele nem suspeite disto):”Deus por entre temperos e açúcares”.
Mas,a verdadeira luz tem que brilhar de dentro para fora;a gente tem que estar de bem consigo mesmo,interagir com nossos semelhantes,doar;Natal também é doação.doação de si mesmo,esparzir a sua luz sobre todos,espalhar felicidade e,sobretudo,agradecer;agradecer o Bem e o Mal;o Bem,visto como recompensa;o Mal,como aprendizado.
Alguns se dizem cansados do Natal:a mesmice,os mesmos votos,a mesma festa,os mesmos presentes,a mesma ceia.Como o poeta Drummond,mineiro bão,escreveu:
“menino,peço-te a graça
de não fazer mais poemas
de Natal.
Uns dois ou três,inda passa.
Industrializar o tema
Eis o mal.”
HÁ um verso de um poema do Mestre Machado em que ele perguntava:-“mudou o Natal ou mudei eu”?
O certo é que faz tempo que o Natal não é mais a festa da família,da confraternização,das preces conjuntas,da tradição e das grandes consoadas;mesas fartas,o perú reinando sobranceiro,a macarronada caprichada,as frutas secas,o ponche(receita,segredo de cada família,guardado a sete chaves),o champanhe.Hoje,o Natal é a festa do deus Consumo.
Ficaram em segundo plano,as vetustas catedrais com seus coros de anjos,a Missa do galo,missa injusta,aliás,pois o festejado é o galo,mas,quem é comido é o peru.Foram substituídas pelos alegres shoppings-centers,cada vez mais atrativos do que as velhas igrejas e seus cantos gregorianos.
Restaram as músicas;o “Jingle Bells”,importado,as velhas canções portuguesas como o lindo “Adeste Fidelis”,o “Noite Feliz”,tocado e cantado por todos,e,a clássica infantil ,com o belo versinho,tão verdadeiro:Papai Noel vê se você tem,
A felicidade
Prá você me dar.
E,essa tal felicidade,no Natal,ela chega?Pressurosa,para as crianças com seus brinquedos,para a velha senhora que recebe os filhos e netos,para o comerciante,contando os lucros,chega com a visão da bela mesa posta para a ceia,o rebrilhar das pratas e dos cristais,o perfume dos incensos e das velas,a s luzes feéricas das mangueiras elétricas s seus pisca-piscas cada dia mais sofisticados,pois o Natal é a festa da luz;ou,como escreveu um conhecido que é um grande escritor(embora ele nem suspeite disto):”Deus por entre temperos e açúcares”.
Mas,a verdadeira luz tem que brilhar de dentro para fora;a gente tem que estar de bem consigo mesmo,interagir com nossos semelhantes,doar;Natal também é doação.doação de si mesmo,esparzir a sua luz sobre todos,espalhar felicidade e,sobretudo,agradecer;agradecer o Bem e o Mal;o Bem,visto como recompensa;o Mal,como aprendizado.
Alguns se dizem cansados do Natal:a mesmice,os mesmos votos,a mesma festa,os mesmos presentes,a mesma ceia.Como o poeta Drummond,mineiro bão,escreveu:
“menino,peço-te a graça
de não fazer mais poemas
de Natal.
Uns dois ou três,inda passa.
Industrializar o tema
Eis o mal.”