A História do Teatro Paulista (Parte II)

História do Teatro Paulista (Parte II)

Surge o Teatro de Arena

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Após o sucesso do TBC, surge uma nova forma estética de ser fazer teatro com o Grupo Teatro de Arena. O Teatro de Arena teve início quando um grupo procurava espaços de atuação para os primeiros formandos da EAD em 1953.

Sua principal característica foi a de nacionalizar o palco brasileiro, a partir da estréia de Eles Não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri em 1958, tendo no elenco da peça além do autor, Lélia Abramo, Flávio Migliaccio, Milton Gonçalves e Chico Assis entre outros, tendo à frente do grupo José Renato. A partir desta montagem, o Arena passaria a liderar um processo de criação de uma dramaturgia nacional voltada para a realidade política e social do país. O grupo montou textos estrangeiros e nacionais, nos quais a maior curiosidade estava na própria forma adotada para a relação palco-platéia: uma semi arena.

O grupo nesta época lançou profissionalmente atores como Eva Wilma, John Herbert, Gianfrancesco Guarniere. Foi ali que também estreou o autor Benedito Ruy Barbosa.

O grupo, no seu inicio, foi o primeiro na América do Sul a utilizar a cena circular envolvida pelo público, visada sobretudo à economia do espetáculo, adotando as mesmas premissas estéticas do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), sendo ecléticos em seus repertórios, e sem a necessidade de cenários, atuando em locais improvisados. Em 62, Augusto Boal passou a dirigir artisticamente a companhia.

Em outra fase, depois do golpe de 64, se inauguraria uma fase em que se procurava conciliar a releitura de momentos importantes da história brasileira com a efervescente música popular. Aí surgiram nomes como Edu Lobo, Caetano Veloso, Tom Zé, Gal Costa e Maria Bethânia. E nesta mesma época, passaram pelo grupo atores como Paulo José, Juca Oliveira, Lima Duarte, Dina Sfat, Fausi Arap e Yara Amaral entre outros.

A repressão violenta da ditadura, de 68, ainda permitiu a Augusto Boal fazer a experiência do Teatro Jornal, primeiro passo de seu Teatro do Oprimido, que se desenvolveu no exterior nas formas do Teatro Invisível e do Teatro-Foro.

Atualmente em centros permanentes em Montreal e Paris. Mas seu exílio, em 1971, interrompeu a grande trajetória do teatro Arena que com a repressão ficou nas mãos de um núcleo 2.

VEJAM TAMBÉM: História do Teatro Paulista (Parte I) Nasce um Teatro, Nasce o TBC e História do Teatro Paulista (Parte III) - O Novo Protagonista - Teatro Oficina.