CULTURA NÃO É EDUCAÇÃO
CULTURA NÃO É EDUCAÇÃO
Fala-se, se escreve e critica-se muito sobre crianças fora da escola. Está certo de que aprender a ler é melhor para se receber educação e compreende-la, sobretudo usar sua aplicação para melhorar o nível material e social, preconizado por uma sociedade. Todavia, educação não é cultura, acumulo de conhecimentos gerais. Educação é ética moral, civilidade, respeito e amor ao próximo. Ela é tem sua base primordial no próprio lar e continuidade na escola. Como prova, estão em milhões de criaturas, principalmente no interior, por força da falta de penetração da comunicação, mormente televisiva, absolutamente uma modalidade de formação cultural mesmo sem os devidos requisitos morais, que seus membros, apesar de nível cultural nulo, são exemplos de ética e moralidade.
Entrementes, o que se observa é a mídia televisiva, com sua tremenda força formadora de opiniões, substituir totalmente e de forma em sua maioria condenável, a educação domestica, extensiva à escola. Um idoso citar exemplos do passado, logo é censurado, considerado ultrapassado. Porém, quando a nociva imagem de TV não penetrava nos lares as famílias se uniam em reuniões familiares parentes e amigos, se conversava sobre as calçadas, se ensinava as crianças a respeitar os mais velhos, até beijar a mão do padre e tomar a benção. Os filhos, respeitosamente, cumprimentavam os avós, pais e tias e só por curiosidade, citar que quase sempre residiam sobre o mesmo teto. Tenho como exemplo a própria casa dos meus pais, teto sempre acolhedor para parentes próximos. E tomavam a benção. Mesmo nesta época de vassalagem à comunicação por imagem, ainda tenho a imensa satisfação de haver sobrinhos, até primos, casados, pais de filhos e netos, ainda me tomarem a benção com todo o respeito aos meus 83 anos. O pouco tempo que freqüentei uma escola, devido o falecimento do meu pai em 1937, quando eu tinha 11 anos, recebi severa educação dele, na escola e até palmatoradas e reguadas recebi por traquinagens consideradas erradas. Hoje, os filhos cumprimentam os pais com um “oi velho, oi velha”; não há opção por religião, os tios e tias tiveram sua personalidade idolatrada substituída por artistas e outros; não há mais tempo para se ler livros e/ou ouvir historias da carochinha das avós e tias, etc. A comunicação visual e depois reforçada pela Internet tem um poder extraordinário de formadora de opiniões. E, tornou-se natural, filhos e netos darem aulas de comunicação aos pais que não gozaram do privilegio dos avanços da tecnologia por falta de tempo e/ou condições financeiras.
É contraproducente, mas é verdade: Quando os pais se dirigem aos filhos censurando-os por uma má ação, recebem o argumento contra, o que vi e ouvi nas telinhas.
Jamais esqueci de uma ocorrência quando eu tinha 18 anos, nos idos anos de 1943: Estava num bonde da época, apelidado de gigolô (não sei e não soube por que), quando alguns estudantes no mesmo, estavam em inocente algazarra. No mesmo, viajava na porta de saída, um comissário de policia de prenome Ivon. Um estudante, ao se despedir dos colegas, na porta de saída, olhou pejorativamente para os colegas e pronunciou: “lembranças às suas mães!”. Naquela altura, recebeu do comissário Ivon um cachaço, com a recomendação: “Respeite suas mães.” Isso hoje é inacreditável de se observar. As professoras eram alvos do maior respeito, às vezes até mais acentuado do que das mães.
As crianças de hoje não são como as de antigamente. Quando uma criança se destacava pelo desembaraço e alguma precocidade era considerada “muito inteligente”. Hoje as crianças são altamente evoluídas, algumas qualificadas de “superdotadas”, gênios, se apresentando nas telinhas e até faturando milhares de reais, para despeito de colegas, pais e também de admiração ou idolatria. Todas estão portando celular, cartão de crédito, etc. Li num noticiário que uma criança de três anos, havia comprado pela Internet um carro. Devo ressaltar que nada disso condeno, pelo contrário; a evolução do ente humano é primordial para sua elevação espiritual. Todavia deve se usar a força da comunicação por imagens, altamente consistente, para educar as crianças de ética e moral, com base principal, para elas receberem a cultura e seu uso com sabedoria de sua cidadania. Repito: Cultura não é educação. Se alguns dos nossos jovens políticos tivessem recebido educação no lar, na escola, hoje estariam sabendo exercer sua cidadania e seu ideal de legislar, com a devida honradez e não em interesse próprio.
Ouso então sugerir ao governo federal, usar de uma MP para obrigar todas as emissoras de TV e provedoras da Internet, a manter dentro do horário nobre, pelo menos uma hora de aulas educativas, friso, aulas educativas, semanal, de ética e moral e não cultural, não só dirigidas ao público jovem e sim também aos pais, incutindo-lhes na mente a necessidade de impor disciplina e moral aos próprios filhos, respeitando os idosos, ao próximo e aos professores, berço da cultura, para crescerem cultural e socialmente.
Não concebo que se combata violência e ao mesmo tempo permita a comunicação visual, ilustrativa, falada e escrita ensinando e mostrando a pratica de violências. A liberdade da mídia deve ter sua ética moral para não criar condições negativas com a sua poderosa força de formadora de opiniões, de fomentar produtos do mal e da violência.
Por uma questão de moral, deve-se se usar a lei física: ação gera reação. A divulgação de educativos programas, é claro, darão exemplos de ética e moral que se sobrepõe â de liberdade de pensamento, apanágio de uma verdadeira democracia, sinônimo de respeito e amor ao próximo, com igualdade de direitos.