Eça de Queirós não é único . Ele é múltiplo dele mesmo.
"E eu atrás, no burro de
Sancho , murmurava :
_ Que beleza!" (Eça de Queirós em Terras de Portugal)
Tanto o Ministério da Educação e Cultura e muitas Editoras constituem valiosa colaboração para a democratização da cultura em nosso país. Há crescente interesse pela leitura no Brasil . Mas o que se lê é , em geral a má literatura , e isso se deve , em parte pela falta de bons textos acessíveis aos bolsos menos favorecidos. Os nossos e outros clássicos deveriam ganhar um lugar de relevo nas bibliotecas de quantos se interessam pelas coisas da cultura.
Falo hoje de José Maria de Eça de Queirós , nascido em 23 de novembro de 1845 , na Póvoa de Varzim - Portugal, Pt . O aspecto ao mesmo culto e didático das obras de Eça , certamente viriam a preencher algumas lacunas , se houverem, nos cursos de Literatura. Estas obras publicadas no aquém e além-mar , representa um inestimável serviço à língua portuguesa , assim como os mais elevados objetivos da comunidade luso-brasileira. Assim é Eça de Queirós, único . Morreu em 26 de agosto de 1900 , em Paris - França.
O livro que tenho em minha biblioteca ,TRECHOS ESCOLHIDOS , é o que apresenta o Eça de Queirós , múltiplo . É tão vibrante o momento em que podemos "conversar" com os vários EçaS
que nos faz esquecer todos os outros momentos em que nos deliciamos com outros autores clássicos. Pelo menos é isso o que acontece comigo . Agarro o Eça e o exploro o máximo possível .
Eça o Ficcionista . Deparamo-nos com ele em O Crime do Padre Amaro, em que Eça principia , assim : Amaro entrou em casa ainda um pouco trêmulo mas muito decidido , muito feliz : tinha um dever delicioso a cumprir. Promete , nâo ? é só continuar,,,
Eça o Crítico . Ele não perdoa ... você vai encontrá-lo em Uma Campanha Alegre onde ele dispara : ...As
mulheres mais ocupadas saõ as mais virtuosas...
Eça o Cronista . Não perca o conto que se passa na França e onde ele vive semanas sanguinolentas . Um conto inimaginável . Veja : A loira e doce Maria /Que a ninguém de amores maltrata /Foi avisada outro dia /Que Paulo a vem visitar /E ei-la que rompe a gritar /Depressa! Fechem a prata ! leia o desfecho...
Eça o Polemista . Polemizou com um monte de gente
inclusive com Manoel P. Chagas, mas tinha seus motivos .
Eça o Epistológrafo . São suas cartas, marrentas ou não, doces ou amargas , mas todas apetitosas para uma leitura de fim de noite. Pense você num Café Filosófico com gotinhas de Eca...
Tudo isso em TRECHOS ESCOLHIDOS - garimpados por João G. Simôes
Publicação sob a direção de ALceu A. Lima e R. Alvim Corrêa.
Este meu , que é de familia é da Editora Agir, RJ