Mulheres e Homens Descartáveis

"Quando pensar que me perdeu, quero

que olhe as estrelas e, nelas, veja

o quanto eu te amo".

( Kalena)

Desde a mais remota época todos falam e fazem sexo. A maneira era distinta , em cada época, mas o sumo era e é , sempre, o mesmo. Houve um tempo que falar em sexo era pecado e vergonhoso. Quase tudo era às escondidas . Pais, não conversavam, nem em sonho com os seus filhos sobre essa "pouca vergonha". As partes pudendas eram cobertas de maneira anão se ver nem a grossura dos tornozelos. Tudo era cochichado . Os homens respeitavam ( à força ) as mulheres casadoiras . A Igreja não para de fazer a apologia do :"Não cobiçar a mulher do próximo". Os que eram a favor da castidade, a cumpriam rigorosamente . Pelo menos, em teoria.

Evidentemente que isso foi mudando com o passar dos tempos . Teve a fase da "amizade colorida" . Ninguém entendia, bem , o que era isso. Só os que a praticavam. A fase do "PAZ e AMOR". A fase da virgindade ,obrigatória ,antes do casamento. A fase da virgindade não obrigatória. A fase dos pais que vigiavam as FILHAS e os mais acirrados diziam " Guardem suas cabras porque meus bodes estão soltos". Deselegante, não ??? Houve casos extremos : casamntos anulados porque os maridos descobriam que a mulher amada não era virgem . Isso, valia uma anulação de casamento. E muito mais coisas.

Encurtando : Hoje, é um Deus nos acuda. Meninas com 13, grávidas . Sexo ao bel prazer. Os pais não vigiam mais as suas "cabras" e os "bodes" não perdem tempo. Amssos e beijos em toda parte : cinema, rua, em frente à família , nas escolas, emfim, quase que fazem sexo no meio do asfalto.

Particularmente sou contra esses excessos. Sou considerada vitoriana ,demais, para a sociedade pós-moderna. Talvez tenham razão, mas não abro mão dos meus princípios éticos e morais que aprendi com a família e com meus professores.

Aí , eu também me lembro que já na Mitologia Grega as ninfas eram muito protegidas. Elas moravam nas Hespérides , jardins ás margens de um rio. E a proteção era feita por uma serpente ou um dragão. Provavelmente, os "bodes" não teriam coragem de se aproximar. Mas, o que me irrita mesmo é o tal do sexo casual.Ou seja o sexo sem envolvimento afetivo, tradicionalmente alvo das Ciências Humanas. Recentemente passou a ser estudado com o enfoque evolutivo, pois dada a sua relevância direta na reprodução, espera-se que as características psicológicas envolvidas tenham sofrido pressões seletivas substanciais ao longo da evolução humana.

Um estudioso desses problemas do pós-moderno, diz ,o seguinte ,em relação ao sexo casual : " A ética dos encontros descartáveis de amor e sexo, no século XXI implica em refletir sobre a "SOCIEDADE do ESPETÁCULO", descrita pelo pensador Guy Debord, que analisa uma forma de estar no mundo, em que a vida real é, inexoravelmente pobre e fragmentada, e as pessoas são obrigadas a assistir e a consumir passivamente as imagens de tudo que lhes falta em sua existência subjetiva."

Essa perspectiva me remete ao termo "ficar" , rótulo informal para os encontros efêmeros e descartáveis , nos quais ser vistos e aparecer, reduzem os casais a machos e fêmeas no cio . Os pares são transitórios , os arranjos duram apenas algumas horas. Ou dias. Ou minutos.