SER PAI
Há quem diga que todos nós temos o Dom de ser pai. Outros dizem que isto é Dom de poucos. Tudo depende do que entendemos por ser pai.
Entendo que ser pai não é gerar o filho. Este conceito vai além da geração. Pois todo aquele que não tenha problemas biológicos, tem o Dom de gerar, porém muitas vezes não tem o Dom de criar, de dar amor, de educar, princípio fundamental da formação do ser humano.
Portanto, precisamos analisar bastante para que possamos ter mais clareza nas nossas afirmações. Acredito que o importante não é ter o Dom de gerar, pois isto diz respeito mais ao processo genético reprodutor, e que muitas vezes pode ser revertido com mais facilidade do que o Dom da paternidade.
O que precisamos na realidade é ter consciência do papel de pai, para que possamos assumir este papel com bastante responsabilidade, pois não importa, se é filho por nós gerado, ou por nós adotado, o importante é que o tenhamos como filho e assumimos o papel de pai. Pois a nossa sociedade está necessitando desta reflexão, deste entendimento, desta consciência, para que os filhos possam ter uma identidade.
Temos observado grandes conflitos sociais, com casos trágicos acarretando inclusive a morte, por falta de laços familiares.
A sociedade moderna coloca que os pais, hoje devem ser verdadeiros amigos dos filhos, porém muitas vezes não ensinam o verdadeiro significado da amizade. Muitas vezes se confunde amizade com liberdade, libertinagem, comercial ou até mesmo objeto de estimação.
Ao meu filho, já lhes dou de tudo, carro, moto, bicicleta, ensino a motocar e a dirigir, até mesmo antes do tempo, porém esqueço de lhes dá limites, educação e amor.
Será que sou um verdadeiro pai, ou apenas o responsável por gerar filhos para o mundo?.
Tarcízio Leite
11/04/2004.