VEJA COMO A HISTÓRIA EXPLICA, COM JUSTIÇA, AS COTAS PARA NEGROS NAS UNIVERSIDADES

VEJA COMO A HISTÓRIA EXPLICA, COM JUSTIÇA, AS COTAS PARA NEGROS NAS UNIVERSIDADES

flordelis_1964@hotmail.com (economista).

No Brasil império os escravos foram proibidos de freqüentar as Escolas Públicas de Primeiras Letras (Como era chamado no Brasil Império o Ensino Fundamental). Sendo assim, iriam eles ter acesso a aulas particulares, como era usual naquela epoca? “Segundo Zotti (2006), ainda no Império, em 1854, através da Reforma Couto Ferraz (Decreto n. 1.331-A/ 17/02/1854), houve o reforço da obrigatoriedade do ensino elementar e do princípio da gratuidade, a previsão de classes para adultos, sendo vetado o acesso dos escravos ao ensino publico”. Entende agora porque é justa a cota para negros nas universidades, para compensar todas as injustiças cometidas contra eles?

A citações abaixo, do respectivo autor, ratifica isso com mais detalhes.

"O ensino primário no Brasil Império, por muito tempo, foi entendido como a base sobre a qual se sustentam os demais alicerces da estrutura da educação escolarizada. Na história, este ensino já foi chamado de elementar ou de primeiras letras. Este ensino elementar esteve a cargo das famílias, que possuíam as condições econômicas para tal, basicamente até a República.

Sem a exigência de conclusão do curso primário para o acesso a outros níveis, a elite educava seus filhos em casa, com preceptores. Para os demais segmentos sociais, o que restava era a oferta de pouquíssimas escolas cuja atividade se achava restrita à instrução elementar: ler, escrever e contar.

Em 1879, através do Decreto n. 7.247 de 19 de abril de 1879, de inspiração liberal e de acordo com a filosofia de Rosseau e dos princípios da Revolução Francesa, estabeleceu-se a total liberdade de ensino primário e secundário no município da Corte, a obrigatoriedade do ensino para ambos os sexos dos 7 aos 14 anos, e vetou-se a proibição da freqüência de escravos (BRASIL, 1879)".(David Antonio da Costa)

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ZEIS
Enviado por ZEIS em 24/08/2008
Reeditado em 13/04/2012
Código do texto: T1143406
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