O PLANEJAMENTO NO ENSINO SUPERIOR
Planejar é uma atividade tipicamente humana e está presente na vida de todos os indivíduos, nos mais variados momentos e situações. É uma ação para se alcançar objetivos previamente estabelecidos. Um exemplo bem simples de fazermos um planejamento é quando pretendemos realizarmos uma excursão. É nesse momento que nos deparamos com algumas situações problemas e devemos tomar algumas atitudes para que tenhamos êxito em nosso empreendimento e consigamos concretizar o nosso objetivo com segurança. Aí é que começa o nosso planejamento: escolhemos o período ideal para a nossa viagem, decidirmos se vamos de ônibus, avião, carro ou navio; se iremos reservarmos um hotel ou pousada; fazer o orçamento das nossas despesas; o que devemos levar de importante na viagem; quantos dias são precisos para a excursão. Enfim, chegou o momento de realizarmos o nosso sonho, a execução do nosso planejamento. No retorno comentaremos os momentos prazerosos que tivemos, as trocas de experiências, os conhecimentos que adquirimos, e os ocorridos que não nos agradou, a partir deste instante, efetuamos um balanço. Logo, estamos fazendo uma avaliação de nossas ações.
No planejamento da ação educacional é primordial que saibamos qual é desejo com a ação pedagógica que estamos praticando junto aos nossos alunos e se é nosso desejo estarmos entregues a ele, a fim de que tenhamos condições de construir os resultados satisfatórios com o auxilio do planejamento, execução e avaliação. “Planejamento, execução e avaliação são recursos da busca de um desejo. Para tanto, é preciso saber qual o desejo e entregar-se a ele” (Luckesi 2003, p 167).
Piletti (2000), define o planejamento de ensino como a especificação do planejamento do currículo; consistindo-se em traduzir em termos mais concretos e operacionais o que o professor fará na sala de aula, para conduzir os alunos a alcançar os objetivos educacionais propostos.
O planejamento das atividades de ensino é uma ação para se canalizar os nossos conhecimentos para se alcançar os objetivos previamente estabelecidos, com segurança, sendo relevante por motivos diversos como:
- evita a rotina e improvisação, certamente percebida pelos alunos. A rotina porque os recursos auxiliares e os métodos não são inovados, atrativos, visto não serem adequados as diferenças individuais dos e do jeito de aprender dos educandos, e ao nível de aprendizagem da classe, tornando as aulas enfadonhas. A improvisação não limita ação pedagógica no sentido de explorar os objetivos para os alunos tornando-se fora da compreensão de aprendizagem dos educandos, desde que a comunicação não é compreensível e adequada a todos, desprezando atenção aos alunos com mais dificuldades.
- auxilia na realização dos objetivos, desde quando o docente partindo dos resultados da avaliação, planeja o ensino em função dos objetivos desejados, logo, os recursos auxiliares e métodos estão adequados a realidade dp discente, tornando uma aprendizagem mais prazerosa e eficaz, concorrendo para o engrandecimento pessoal dos alunos. “É formativa no sentido em que indica como os alunos estão se modificando em direção aos desejados”.( Bloom, Benjamin 1971)
- promove a eficiência do ensino, porque estabelece os marcos para tornar o processo da aprendizagem mais exeqüível eficaz;
- aumenta a produtividade evitando a perda de tempo e energia, isto é, adequando o binômio tempo/energia, pois há clareza e coerência entre a proposta pedagógica planejada com a realidade da classe, tornando uma aprendizagem satisfatória a todos.
- sistematiza a direção do ensino, aumentando a confiança do docente e educando, visto que o planejamento é elaborado de forma ordenado, disciplinado e racional, definindo as principais tarefas que a escola deve desenvolver, para guiar-se, com eficácia ao nível de aprendizagem dos educandos, passando a esses uma aprendizagem segura e satisfatória, que por sua vez passam a avaliar a ação pedagógica do docente. “Planejamento é um instrumento para canalizar todos os conhecimentos que têm sobre o ensino e matérias relacionadas com ele, na preservação e execução de planos de desenvolvimentos a longo e curto prazo”. (Ricardo Diez-Hochlelter, 1995).
Conclui-se que o sucesso do planejamento do ensino não está relacionado somente às questões técnicas de organicidade, coerência e flexibilidade, mas, em grande parte, às relações estabelecidas entre os sujeitos sociais e os indivíduos/pessoas que estão presentes neste contato presencial e também a questão da avaliação que é fundamental, visto que será a partir dela que os próximos procedimentos serão aperfeiçoados, bem como serão adotadas novas estratégias. Sendo assim, vivenciar o planejamento segundo as concepções apresentadas, envolve o posicionamento individual e coletivo dos professores, das IES e das várias instâncias do sistema educacional.