O que é ser de esquerda

O QUE É SER DE ESQUERDA?

Este é um debate muito além de questões de idade, sexo, situação social, religião. Indagar sobre “o que é ser esquerda” exige uma reflexão crítica acerca do contexto social, político e econômico do país. É necessário, primeiramente, mostrar que o embate esquerda x direita exige postura crítica, já que joga com valores ideológicos que fomentam discussões, partidarismo. É preciso também observamos as medidas públicas adotadas no intuito de melhorar a qualidade de vida no país.

Se formos falar sobre sob a perspectiva da política, ser de esquerda exige muito mais que simplesmente viver na contestação das medidas públicas adotadas pelo governo. Fica difícil, por exemplo, caracterizar o presidente Luis Inácio Lula da Silva como “presidente de esquerda”. O que se percebe, na verdade, é que sua excelência não assume nenhuma linha ideológica, governando de modo a agradar gregos e troianos. E o povo, em sua maioria, não está preocupado com o fato de o político ser de “esquerda” ou de “direita”. A política social tornou-se uma política de resultado para o cidadão. Independe a postura ideológica do governante. O que conta mesmo são os benefícios sentidos pelo povo durante a gestão do eleito.

Mas, com certeza pode-se que ser de esquerda, antes de mais nada é não perder a dimensão da utopia, buscando sempre conceber políticas capazes de construir uma sociedade mais igualitária, digna e democrática. Muito mais que criticar o capitalismo como modelo econômico adotado no país, ser de esquerda é ir mais a fundo nesta questão e refletir sobre a imposição do pensamento de que o neoliberalismo exacerbado é a solução para as crises econômicas. Será necessário privatizar, criar forçadamente descontos em impostos, cujo pagamento destes poderia ser revertido em obras públicas, que gerariam emprego e renda.? Neste sentido, ser de esquerda é buscar soluções para a estabilidade econômica, uma vez que somente a elite da direita é capaz de suportar embargos financeiros e aumento dos preços de produtos de primeira ordem. Ainda podemos considerar como “esquerda” a luta consciente por um crescimento sustentável, aquele capaz de unir o progresso tecnológico à preservação do meio ambiente.

É claro que o discurso do esquerdista não pode se resumir a um vocábulo de meias palavras, como liberalismo, burguesia, elite, opressão, ditadura... Essa seria uma esquerda forjada, infundada teoricamente, que se torna anarquista por contestar de maneira suicida as medidas políticas que atravessaram os anos, em qualquer lugar do mundo. Para ser de esquerda é preciso, sim, assumir a postura de crítico e observador. Mas que seja feita uma crítica de olhos abertos e que se observe de modo democrático, apontando os vícios e as virtudes da economia, da sociedade, da política, sejam elas brasileiras ou não.