FLORESTA AMAZÔNICA, QUEM É O DONO?
Em primeiro lugar, pertence ao Universo, em segundo, ao sistema solar, em terceiro, ao planeta Terra, em quarto, ao continente sul-americano, em quinto, ao país chamado Brasil. Isto acontece da mesma forma comigo que, por último, “pertenço” ao marido porque com ele celebrei um contrato oficial de casamento.
O fato de existir esse “pertencimento” não significa dizer que o meu marido pode me doar a outros homens, vender ou alugar. Não posso fazer o mesmo com ele. E se o faço, erro e a lei não me perdoa _ tanto que agora existe uma lei pela qual, se traio o meu marido, devo indenizá-lo.
Não teria condições de pagar sequer em módicas e suaves prestações e a perder de vista. Se o trair, o resultado é ser presa por não pagar a minha dívida. Como há muito machismo nessa história, não me considerarão ré primária. Pior, não me concederão liberdade provisória e nem penas alternativas. O destino certo será uma cela terrível e uma expressão insuportável: opróbrio social. Talvez a prisão seja menos pesada de que esta coisa difícil de ouvir, pronunciar e escrever.
Não tem a menor graça se o homem pensar que, por ser casado com uma mulher, por conseguinte seja casado com todas. O mesmo se a mulher pensar que é casada com todos os homens. Dura lex, sed lex.
O pior da lei, em certos casos, é que pode ser mudada. Neste, então, temos a opção do divórcio e, agora, a guarda compartilhada. Isto é, os filhos do casamento desmanchado deverão ficar para lá e para cá, ora com o casal separado, ora com o casal recém-formado. Em caso de dissolução do casamento do Brasil com a floresta Amazônica, logicamente nós os filhos, ficaríamos para lá e para cá com os nossos pais separados e com os novos pais.
Não nos esqueceríamos, entretanto, que temos direito aos bens da nossa mãe Amazônia e precisaríamos viver em amores com a nossa madrasta _ que pode ser uma megera indomada. A megera poderá nos maltratar, destruir nossa saúde e nos afogar em qualquer riacho imundo.
Fazemos questão de declarar que os nossos pais se amam e não pretendem separar-se, além do que, cumpre ressaltar, não se deve separar aquilo que Deus uniu e, ainda, lembrar o dito: “O que é do homem, o bicho não come”. Melhor recolocando, o que é do homem, o Ricardão não come.
De toda maneira, para ser imparcial, vale lembrar que, mulher é bicho treiteiro, desde a maçã perdeu a confiança. Vai que a nossa mãe gentil fique de cabeça revirada, refaça os conceitos, mude de idéia e queira se modernizar, ela vai dar aquela mata toda, inclusive a parte virgem para qualquer malandro disfarçado de desbravador e empresário de sucesso no mundo das finanças. Felizmente essa mulher não será presa, pois com o volume e o tamanho que tem, não caberá em nossas superlotadas cadeias. Nós, filhos queridos e amados, contrataremos os melhores advogados e peritos para provar que a culpa é só de papai que não soube valorizar a mata, isto é, a mulher que tem.