Um Caso de Não-Estupro
Eu gostaria de confidenciar a vocês um caso que aconteceu comigo, quer dizer, mais propriamente com um amigo meu.
Num happy hour da empresa, uma colega minha me apresentou a sua prima, e o meu amigo que me acompanhava, ficou com essa minha colega.
No meio da balada foi aquela ficação, todos já meio alterados pelo álcool, e a coisa ficou mais quente até que nós fomos, os quatro, para o apartamento desse meu amigo.
Chegando lá, essa minha colega de trabalho que ficou com meu amigo estava já praticamente nua quando ela começou quase a chorar de arrependimento, dizendo que não queria prosseguir com aquilo. Você acha que meu amigo ficou indignado e abusou dela? Claro que não, ele a vestiu e levou para casa no meio da madrugada. E se fosse outra pessoa e se não acreditasse na máxima “não é não” se acharia no direito de prosseguir com a relação? Porque, afinal de contas, eles já tinham se pegado, feito quase de tudo junto, mas ela não quis ir adiante. Ora, se isso ocorresse seria estupro, mesmo a mulher dando o consentimento de estarem naquele local. Diz a educação e a civilidade que, em qualquer momento que a mulher disser não é não. É machista e abjeto o argumento que diz que se a mulher foi para um lugar afastado para apalpar seu pênis, isso explicitaria um sim para todo o resto, como encontramos no texto do sr Raffert em defesa do estuprador Daniel Alves, o esperma de 100 mil euros.
O que mais revolta e é alarmante é que, para cada caso em que um homem age corretamente em relação a uma mulher, outra mulher é estuprada no Brasil a cada 2 minutos. E há pessoas que estão tolerando esse tipo de comportamento.
E o que rolou comigo e a prima da minha colega? Bom, isso eu vou guardar para mim, mas digo que enquanto meu amigo levava a prima dela para casa, eu estava tendo uma noite maravilhosa.