Direitos Humanos no centro das atenções
A subida da rampa do Palácio de Lula acompanhado de pessoas simples do povo e recebendo a faixa presidencial das mãos delas e cabendo à catadora de reciclagem Aline Souza vestir a faixa presidencial em Lula. Foi um dos momentos mais emocionantes da história da República brasileira.
Se não bastasse esse gesto profundamente simbólico e significativo, caberia ao Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, trazer os excluídos ao centro das atenções, num discurso forte e marcante. Em suas palavras:
“Permitam-me, como primeiro ato como ministro, dizer o óbvio, o óbvio que, no entanto, foi negado nos últimos quatro anos:
- Trabalhadoras e trabalhadores do Brasil, vocês existem e são valiosos para nós.
- Mulheres do Brasil, vocês existem e são valiosos para nós.
- Homens e mulheres pretos e pretas do Brasil, vocês existem e são valiosos para nós.
- Povos indígenas deste país, vocês existem e são valiosos para nós.
- Pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, intersexo e não binárias, vocês existem e são valiosas para nós.
- Pessoas em situação de rua, vocês existem e são valiosas para nós.
- Pessoas com deficiência, pessoas idosas, anistiados e filhos de anistiados, vítimas da fome e da falta de moradia, pessoas que sofrem com a falta de acesso à saúde, companheiras empregadas domésticas, todos e todas que sofrem com a falta de transporte, todos e todas que têm seus direitos violados, vocês existem e são valiosos para nós”.
O ministro trouxe o contexto de sua própria presença como homem negro, “fruto de séculos de lutas e resistências de um povo que não baixou a cabeça mesmo diante dos piores crimes e horrores da nossa história”.
Quando um governo silencia os direitos ou defendem apenas determinados direitos como foi feito nos últimos quatro anos é porque se quer acabar com a chaga da exclusão social através do silenciamento.
Ouso acrescentar que os Direitos Humanos e Cidadania não estão dissociados dos direitos da terra, das águas, do mundo. Precisamos avançar para uma compreensão dos Direitos para além do humano, atingindo uma ecologia integral. Também a terra e as águas sofrem a exploração e o desmatamento com as queimadas e mineração clandestina.
A libertação dos homens pressupõe a libertação do ambiente, das terras e das águas.