Não estamos no mesmo barco
Em 2017, a confederação internacional de ONGs apontou que o patrimônio dos oito homens mais ricos do mundo era igual ao da metade mais pobre do planeta, isto é, de 3,5 bilhões de pessoas.
De lá pra cá, a desigualdade continua aumentando e, em 2020, a desigualdade tornou-se ainda mais visível e calamitosa devido a pandemia da Covid 19. Nunca houve um aumento tão sincronizado da desigualdade entre os países do mundo desde que indicadores sociais começaram a ser estimados, há mais de um século.
Com a desigualdade temos miséria, sofrimento e mortes. O que contaria as alegações demagógicas de que o coronavírus afeta a todos da mesma forma, e afirma: “estamos todos no mesmo barco”.
Podemos estar todos navegando, mas as naus são bem diferentes. Enquanto os milionários navegam e desfrutam de navios seguros, lixuosos desfrutando todo o conforto possível, a classe pobre navega em pequenos embarcações furadas.
Aí não é difícil prever quem são os maiores sofredores, aqueles que vão afundar primeiro e morrerem asfixiados nesse mar metafórico, não é mesmo?
Nalia Lacerda Viana, 04 de fevereiro de 2021