A Evolução das Relações de Trabalho

Com o avanço da tecnologia, muitas atividades que antes eram feitas presencialmente se tornaram digitais (não presenciais), temos informações instantâneas de tudo que acontece ao redor do mundo em nossos smartphones. Redes sociais trazem um turbilhão de informações por segundo. A oferta de tecnologia que hoje existe, suporta atividades que antes tinham que ser exercidas presencialmente. Ou seja, a tecnologia rompeu a barreira que existia entre tempo e espaço. Mas perante essa pandemia, a relação de trabalho entre empresas e funcionários, se tornará mais digital?

Pessoas que trabalham em equipes menores tendem a serem mais eficazes, este argumento junto a outros seria um forte aliado às empresas que desejam voltar às atividades nos escritórios através de uma rotatividade dos funcionários, claro sempre mantendo o distanciamento social, e reformulando a arquitetura e disposição entre as mesas dos escritórios.

Porém, segundo uma recente pesquisa feita nos Estados Unidos, 74% das empresas vão continuar com funcionários trabalhando remotamente. Ainda segundo a pesquisa, antes da pandemia funcionários chegavam a perder 40 a 50 dias de suas vidas por ano apenas em viagem de ida e volta ao trabalho (facilmente as grandes cidades do Brasil se enquadram ou ultrapassam esse número).

Mas é claro trabalhar de casa nem sempre é um mar de rosas, a flexibilidade de um trabalho homework não deve ser considerado pelas empresas como disponibilidade de 24 horas por dia 7 dias da semana, a separação da vida profissional e pessoal é um ponto crucial que deve ser respeitado.

Muitas vezes o trabalho no escritório, se resume a um ambiente político, que inibe contestações e análises construtivas por respeito às hierarquias das empresas. Além disso, como todo departamento e empresa a palavra “custo” está sempre em cheque, custos em gastos relacionados a escritórios iriam diminuir drasticamente.

Com a evolução e uma suposta aceitação do homework, os funcionários poderiam se tornar novos nômades digitais, mas não esses de redes sociais que postam fotos de comidas exóticas ou praias de águas cristalinas, mas funcionários que teriam liberdade de escolher se iriam ficar em casa ou trabalhar num coworking ao invés de irem para o escritório. Brian Chesky, CEO do AirBnB disse ao site Bloomberg que a pandemia é uma enorme chance de mostrar que as pessoas podem trabalhar e serem produtivas remotamente.

Em contrapartida, o trabalho além do salário que nos proporciona é também uma de forma de se socializar e desenvolver competências sociais e cognitivas, para resolução de problemas de uma forma rápida e eficaz.

Inúmeros argumentos (prós e contras homework) poderiam ser relatados, muitas pesquisas ainda serão realizadas referente a este tema, porém uma possível extensão de trabalho remoto para além de salas de casas e espaços coworkings para qualquer lugar do mundo pode se tornar num futuro próximo realidade para muitas pessoas. As empresas que administrarem melhor suas tecnologias e relações de trabalho com seus funcionários vão largar na frente, num mundo pós-pandemia que se tornará ainda mais competitivo.