Efeitos do coronavirus: uma resposta existencialista
KIERKEGAARD: Ha um desespero humano que realmente importa?
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Para Kierkegaard, pai do existencialismo, influenciador de Sartre e Camus, o espírito humano é a parte do ser que dá sentido à existência.
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E, com o espírito em desespero, por situações banais, o que temos são seres humanos doentes. .
O filósofo afirma: "A diferença que há entre o homem natural e o cristão é semelhante à que existe entre a criança e o adulto. Aquilo que faz tremer a criança, para o adulto, nada é. A criança ignora o que seja o horrível; o homem sabe-o e treme. O defeito da infância está, em primeiro lugar, em não conhecer o horrível, e depois, devido à sua ignorância, em tremer pelo que não é de fazer tremer".
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Essa doença do desespero, na sociedade moderna é decorrente da falta de discernimento do que realmente é desesperador. Morte não é o fim; doença também não. Tudo pode ter um significado além do que vemos. Essa é a chave que um cristão tem, para o filósofo.
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Assim, temos escolhas das duas formas de desespero: "(...)a lição horrível do cristão está em ter aprendido a conhecer a doença mortal”.
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Conhecendo a “doença mortal”, o cristão pode distinguir entre as duas formas de desespero, “daí provem que haja duas formas de verdadeiro desespero. Se o nosso eu tivesse sido estabelecido por nós mesmos, querermo-nos desembaraçar do nosso eu, e não poderia existir esta outra: a vontade desesperada de sermos nós mesmos”
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O desespero do eu.
O desespero de querer ser eu.
Essa é a situação de um cristão, porque seu espírito enxerga esses desesperos QUE REALMENTE IMPORTAM.
Enquanto isso, muitos se desesperam por coisas que não importam de fato. Perceba isso no cotidiano e como é tratado esse aspecto pelos grandes escritores.
O coronavirus é realmente mortal? Ok. Mas isso não pode te prender toda a atenção ao ponto de te desesperar.
Doença verdadeiramente mortal é o espírito desesperado.