Quem odeia, odeia a si mesmo

Quando falasse de ódio, falassem das diversas formas de se destruir relações, sejam elas privadas ou públicas. Suas manifestações são históricas, e isso leva a crer que ele (ódio) não foi exterminado. Digo isso, pois ainda hoje, em pleno século XXI nos questionamos como é possível existir algumas atitudes grotescas e impiedosas de ódio mostradas nos famosos programas policiais, sejam eles nacionais ou regionais.

O questionamento ele deve persistir todos os dias. O ódio faz parte da vida do ser humano, e se calar em meio a tantas atrocidades em troca de uma falaciosa paz, é ser ainda mais vil do que aquele que toma a ação do infortúnio.

Quando se quer pelo menos entender os engendramentos políticos, culturais e sociais do ódio se voltam sempre às práticas torpes de Hitler na Alemanha nazista (não somente a elas, lembremo-nos de tantos outros genocídios pelo mundo). E é certo. André Glucksmann, em sua obra O discurso de ódio, analisa muito bem, com pitadas de críticas aos intelectuais contemporâneos, apontando o ódio como “o resultado deteriorado da ausência de educação.” (p.11).

Somos como Glucksmann afirma, e se utiliza do termo em toda a sua obra, como “Bombas Humanas”. Ou seja, o ódio está à espreita a todo o instante. O perigo do ódio não está em apenas uma raça, uma cultura, em um espaço exclusivo, quando por muito tempo pensamos. O discurso de ódio precisa ser questionado e analisado de todas as formas. Não se pode apenas dizer que aquele que sente ódio, está com suas relações psicológicas afetadas, se apenas o fosse dessa forma, o problema já teria sido resolvido.

Quando alguém quer exterminar o outro por meio do discurso do ódio, o que na verdade o que quer se eliminar é a si próprio. Uma reflexão filosófica também é precisa. É a partir de uma experiência da condição humana que percebo que o que se quer destruir é a si próprio, como pondera Glucksmann. Quem odeia, odeia a si mesmo. Pois quando ele odeia o ser humano, ela não percebe que odeia a sua própria condição de o ser também.

A paz que almejamos tanto, como já o disse são falaciosos, pois quando almejamos a nossa paz, anulamos a vida de milhares de semelhantes que vivem em guerra diariamente, pensando que é um problema que não nos interessa. Mas na verdade quando populações inteiras estão em guerra, devemos pensar que o mundo também esta em guerra, pois o ódio não pertence a uma raça, espaço ou cultura, como já se afirmou aqui, ele é uma prática de todo e qualquer ser humano, por isso é necessário que se tenha uma ideia de um todo, pois pensar de forma particular continua a gerar todos os dias mais Hitlers, Homens Bombas e terroristas. A paz é de responsabilidade de todos.

Lume Santos
Enviado por Lume Santos em 20/01/2019
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