Estado Liberal e Estado de inspiração marxista
O Estado Liberal e o Estado de inspiração marxista: Concepções e dilemas que atravessam séculos.
As relações econômica, sociais, politicas instituídas em sociedade e, por sua vez, usufruídas pelos indivíduos, conjuntamente com as variadas ideologias que acontecem dentro do processo histórico e social de continuidade e descontinuidade concebe antagonismo como: Estado Liberal e do Estado de inspiração Marxista, posições que marcam a dinâmica humana e suas disputas filosóficas e práticas da vida.
Esta disputa atravessa espaços, tempo e produz concepções de mundos e posturas que em suas particularidades acirram as cosmovisões sem, contudo deixar de ressaltar as teorias que, cada uma por sua vez, julgam indispensáveis para a sua aplicação na vida em sociedade . O Estado Liberal, por exemplo, concedida após o surgimento de uma nova classe econômica, no final da idade média, construiu seu caminho arrogando iniciativa individual e o controle individual como marco e motor de um desenvolvimento social mais adequado e progressivo entre as pessoas. Essa filosofia ressalta a liberdade do individuo como um bem maior aos demais . Posto que para o Estado Liberal o individuo, antologicamente existe como tal, e ele não deriva de outra coisa.
Nesse ponto se constata a importância da liberdade, da iniciativa privada e das realizações pessoais norteadas pelos impulsos naturais de competição, ponto esse considerados por Adam Smith e por David Ricardo, como meios de progresso e desenvolvimento seguro no campo econômico, politico e consequentemente no campos social .
Com isso a doutrina do liberalismo advoga que o governo não deve interferir na propriedade privada, nem impedir a livre concorrência do agir livre do mercado. Porque tem como prioridade os direitos individual: a vida, a liberdade e a propriedade. E quanto aos direitos sociais esses são vistos como um bem a ser conquistado através dos méritos e do potencial inerente na pessoa que, possibilita na materialização de um bem social maior para todos os indivíduos.
No caso de desnivelamento social, o Estado, na visão liberal só poderá interferi o mínimo possível de forma que não prejudiquem os direitos individuais. Passando assim ser visto como um governo de Estado mínimo. Isto é; o Estado não tem o poder de controlar e dar as cartas para nas esferas das relações sociais como ele quer. Porque o individuo, enquanto sujeito de ação, ele tem condições de escolher o que pode ser melhor para si e para as relações que ele, enquanto um ser social, prever e quer descrever para seu futuro.
Contrariando este postulado ideológico o Estado de inspiração marxista advoga para si uma posição de dono da produção . Condição que dá a ele a total liberdade de interferir em todo processo de relação social. A economia é uma dessa esfera social em que o Estado, em busca de promover a igualdade de todos ou pelo menos da maioria, busca dá efetivação dos direitos sociais para os indivíduos. Pois na visão do Estado de inspiração marxista é impossível desassociar o individuo de sociedade, ou pensá-lo separadamente. Pois há sempre condições materiais em que essas relações se apoiam. E essas condições matérias por sua vez condicionam as relações sociais.
Nesta concepção o Estado de inspiração marxista aprecia que não são os indivíduos que descrevem os seus destinos, mas sim as condições que lhe são dadas. E com essa concepção rejeita que uns tenha total privilégios em relação a outros. Pois essa posição deixam em lados opostos . Proprietários de meios de produção e a classe que não dispõem de meio de produção para sobreviver . Uma sociedade de classe desigual, injusta e por isso na visão marxista precisa da interferência do Estado.
Tendo essa realidade como um desajuste social e não natural, o Estado de inspiração marxista procurar interferir de forma direta, levando em conta articulação politica e a preocupação dos direito sociais: a educação, a saúde , previdência, habitação e outros com fim de diminuição da pobreza, desigualdade social e econômica .
Os postulados abordados por parte de ambos Estados, Liberal e de inspiração marxista, trazem à tona alguns desencaixes sobre que é, e pode ser liberdade e igualdade na vivencia em sociedade. Termos estes caros, antes vistos e assumidos pelos iluministas como componentes impensáveis para a felicidade do homem e o progresso da humanidade .
Diante do exposto a opção que pode se ajustar e contemplar ambas as visões e fazer valer os direitos individual e os diretos sociais dos indivíduos, recai na alternativa de adotar a filosofia e prática do Estado Social, posto que o mesmo procura atender de forma conciliadora as propostas contidas no Estado Liberal e o Estado de inspiração marxista visando o bem do todo. .
Referência
ADAM, Smith. A riqueza das Nações, Martins Fontes, Rio de Janeiro, 2010
LASK, J. Harold. O liberalismo na Europa , Editora Mestre Jou, São Paulo, 1989
PIERRY, Marvin . Civilização Ocidental uma história concisa , Martins Fontes, São Paulo, 1985
RICARDO, Divid . Princípios da Economia Politica e Tributária, Ed. Nova Cultura, São Paulo, 1988
MARX, Karl. O capital I . Civilização Brasileira , São Paulo, 1998