Convite à reflexão (republicação)
A sociedade da imediatez. Esta é a sociedade na qual vivemos, um conjunto de pessoas que se acostumaram com o rápido e imediato, ou seja, pessoas que não possuem mais aquela “santa paciência”. Este é um dos temas que o autor Augusto Cury aborda no seu livro: “Ansiedade, como enfrentar o mal do século (SPA)”. E, por achar que o autor foi extremamente feliz no que escreveu, vou descrever aqui alguns trechos nos quais ele discorre sobre a era na qual vivemos, junto com eles, algumas opiniões pessoais minhas.
Este texto é um convite à reflexão, um pedido para que voltemos nossos olhares às nossas vidas e à vida da sociedade como um todo, e depois desta reflexão, ele nos convidará a responder a seguinte pergunta: vivemos bem?
Já no prefácio do seu livro, Cury descreve seu ponto de vista sobre a sociedade contemporânea:
“ Paciência e tolerância a contrariedades estão se tornando artigos de luxo. Quando um computador demora para iniciar, não poucos se irritam. [...] Raros são os que contemplam as flores nas praças ou se sentam para dialogar nas suas varandas ou sacadas. ” (Cury, p.13)
Estará a visão acima equivocada? Estará o autor exagerando em sua descrição sobre o comportamento de grande parte das pessoas da nossa sociedade? Na minha humilde opinião, não! Este é comportamento que vejo, e que muitas vezes tenho no meu dia a dia. Um comportamento que dá valor ao profano: ter e poder; e marginaliza o que é sagrado: a vida bem vivida. Não valorizamos nossa passagem por esse mundo, devido à fraqueza generalizada quando o assunto é refletir sobre nossa própria vida e, como fruto desta reflexão, ter uma vida "bem vivida".
Estamos na era da indústria do entretenimento e, paradoxalmente, na era do tédio – escreve o autor.
Quantos recursos superficiais não são produzidos diariamente para não nos deixar entediados? Somos bombardeados por informações de todos os lados! Vejamos: seriados, aplicativos, jogos, vídeos, redes sociais, notícias e etc. Estes produtos são buscados diariamente por milhões de pessoas para entreter suas vidas, distrair, informar ou, até mesmo, para fugir da triste realidade que vivencia no momento. Quantas e quantas informações não recebemos sem procurar ou que procuramos para que nossa vida não vire um tédio? Com todas estas informações a serem "consumidas", é mais do que natural que não sobre tempo para o simples encontro consigo mesmo, sinto que muitas vezes damos mais tempo aos personagens da ficção de uma famosa série do que a nós mesmos.
Continua o autor:
“ É muito triste descobrir que grande parte dos seres humanos de todas as nações não sabe ficar só, se interiorizar, refletir sobre as nuances da existência, se curtir, ter um auto diálogo. Essas pessoas conhecem muitos nas redes sociais, mas raramente conhecem a si mesmas. ” (Cury, p.13)
Contudo, estaria a sociedade doente? Será que as doenças psíquicas provêm deste modo superficial de viver?
Segundo o autor, muitos acreditam que o mal do século é a depressão, mas há um mal mais grave e menos perceptível: a ansiedade decorrente da Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Ele pontua que, a sociedade como um todo adquiriu um grande vício, o de pensar!
Você pode estar se perguntando, “como assim, vício em pensar? ”, sim, vício em pensar. Claro que todos pensam a todo momento, porém este vício, se refere a outros tipos de pensamento, como o de sempre estar se alimentando de excesso de informação, trabalho intelectual, atividades, preocupação, uso de celular. O vício de sempre estar antenado ou preocupado. A Síndrome do Pensamento Acelerado, esta, segundo o autor, é um grande vilão do século!
“ Muitos entre os melhores profissionais padecem deste mal; são ótimos para sua empresa, mas carrascos de si mesmos. Desacelerar nossos pensamentos e aprender a gerir a nossa mente são tarefas fundamentais. ” (Cury, p.13)
Colocando um fim neste artigo e um início em nossas reflexões, deixo a seguir a finalização do prefácio do livro por parte do autor e também minha pergunta inicial: vivemos bem?
“O dinheiro compra bajuladores, mas não amigos; compra cama, mas não o sono; compra pacotes turísticos, mas não a alegria; compra todo e qualquer tipo de produto, mas não uma mente livre; compra seguros, mas não o seguro emocional. Numa existência brevíssima e complexa como a nossa, conquistar uma mente livre e ter seguro emocional faz toda a diferença ...” (Cury, p.15)