JÔjão E O Seu Coelho De Estimação
JÔjão E O Seu Coelho De Estimação
JÔjão, você não precisa ser tão babão. Seus convidados precisam ser questionados e não tão somente elogiados, aplaudidos, bajulados, exaltados. Você já está de saída do Globo do entretenimento deletério e ainda não compreende que seus TVespectadores precisam de sua inteligência emocional para melhorar o próprio padrão perceptivo?
Você, leitor de Shakespeare, diretor de teatro, escritor, fala a novilíngua orwelliana popularizada pela TV, vive o aplauso de seus admiradores e ainda não compreende que quem vê TV precisa de incentivo à compreensão crítica do que acontece em derredor? Você JÔjão sabe o significado da melhor literatura, da melhor dramaturgia e não teve a dignidade mínima de criticar a subliteratura de Paulo Coelho (PC)?
Toda vez que você entrevista o PC precisa botar o babador no pescoço e se enforcar com ele? E babar, babar, babar sobre a imagem icônica do vendedor de “milhões de livros” dizendo “ele é um patrimônio nacional” posicionando-o como se fosse uma divindade da literatura quando, em verdade é um escrivão medíocre.
Por que você, JÔjão, não aproveitou as oportunidades ao entrevistar seu Coelho de estimação para questionar a qualidade do que ele escreve? Você conhece e deve ter familiaridade com personagens tipo Hamlet, Rei Lear, Macbeth, Otelo, entre dezenas de outros. Por que você parece perder a noção de verossimilhança entre personagens da melhor literatura e as personas da literatura oportunista de seu Coelho de estimação?
Por que você, JÔjão, parece guardar apenas para si a noção de qualidade dessas personagens? Por que você não as diferencia? Por que você não questiona o quanto está apodrecida as personagens da subliteratura oportunista de seu Coelho e o trata aos beijos apaixonados como se não merecesse nenhuma avaliação crítica?
Mas, entre JÔjão e seu Coelho de estimação há a reciprocidade beijoqueira de ambos os lados: é beijo pra cá, beijo pra lá, as bocas de ambos não param de se beijar. E de se elogiar mutuamente. Por que você não clama, JÔjão, uma palavra de verdade e fala com todas as letras que quem consome esse tipo de subliteratura no mundo globalizado pela mediocridade cultural globalizada são membros de uma geração de veadinhos impotentes que se dispõem à leitura da subliteratura tipo “cortina de fumaça”?
Essa cortina de fumaça que em nada acrescenta ao intelecto inexistente de jovens e adultos com suas mentes tornadas aquedutos de uma água literária podre, produzida para o entretenimento vazio tão ao gosto dos barões da New World Order? Daí as premiações das academias de letras mundaréu adentro, mundaréu quantitativo afora.
Por que você, JÔjão, não denuncia essa subliteratura destinada a faturar a mediocridade mental, a vulgaridade cultural de uma geração sem intelecto, sem pai nem mãe que não sejam o futebol, a caipirinha, as drogas estupefacientes, a prostituição, as banalidades baianas, os bailes funks das periferias, as festividades de uma música popular encantada pela malandragem de chicos malandros e carlinhos browns?
Uma geração sem pai nem mãe significa uma cultura TVvisiva que universaliza a exiguidade e a mediania mental, pessoal e coletiva: a globalização do poder político da corrupção dos sentidos responsável pelo advento da tolerância excessiva a tudo que diz respeito à disseminação da presunção, da insegurança, do gayzismo, da baixaria. Por que JÔjão? Porque qualquer palavra de verdade é um dedo na ferida aberta e cancerígena dessa sociedade demasiadamente intolerante a qualquer manifestação, pessoal e social, de Qualidade de opinião. Essa carência de Qualidade você representa com suas entrevistas beijoqueiras. TATIBITATES!