Faltou!

FALTOU!

Depois que escrevi aqui/nos jornais onde tenho coluna sobre “Perdas e ganhos” alguém me desafiou a, usando a mesma linha dialética, escrever sobre “Sobras e faltas”. De fato, essas duas realidades são igualmente uma constante na vida da gente. Ora sobra aqui, ora falta algo ali. Já notaram isto?

Os políticos fazem discursos e dão entrevistas diárias e sobra verborragia nessas falas e falta coerência. Estive em viagem a uma pequena cidade do interior, era domingo e resolvi, como faço sempre, ir à missa. Domingo, uma única igreja, cidade pequena imaginei aquele horário padrão das celebrações: dez da manhã. Cheguei lá um pouco antes e fui surpreendido com o templo fechado. Fui me informar e me disseram que a única missa dominical ocorreu às oito e meia da manhã. Não tinha aviso, tabuleta, nada. Faltou comunicação.

E nos bancos, já viram como há faltas? No início da minha carreira, fui caixa numa das maiores unidades do estado, a agência Rua da Praia. Ali aprendi (e depois ensinei) que quando o dinheiro vai para a gaveta ele está sacramentado, certo e contado. Ao pagar uma retirada é só apanhar o monte, lacrado ou etiquetado, contar pelos dorsos e entregar ao cliente. Hoje os caixas fazem diferente: eles tiram o dinheiro da gaveta, contam tudo de novo, para fazerem o pagamento. Falta de segurança? Já viram como tem pagamento bancário “perna-de-anão”, faltando dinheiro? Eu nunca deixo de contar... Falta confiança.

Nas lotéricas é pior. Minha mulher foi fazer um pagamento de várias faturas de cartões de crédito, numa dessas casas, deu o cartão e, como tinha pressa (íamos viajar), veio para casa, sem conferir. Dali a uns quinze dias começaram a pipocar avisos de falta de pagamento. Fomos olhar as faturas e nenhuma delas estava autenticada, embora o valor total tivesse debitado da conta. Faltou o quê? É curioso, se não fosse sintomático, observar que esse pessoal, bancos, lotéricas, comércio, sempre erra a favor deles, contra o cliente; nunca contra eles. Sempre falta do bolso da gente...

Há dias fui à Arena assistir Grêmio e Flamengo. Embora a fragilidade do adversário, o Grêmio só ganhou de um a zero, num gol de bola-parada. O futebol medíocre evidencia falta de comando...

Ao Temer faltou muita coisa. Quando decidiram defenestrar a Presidente, por uma questão de ética e lealdade, já que ele foi eleito pelo prestígio dela, ao invés de “morrer abraçado” com a dama, ele preferiu, como um Judas redivivo, se unir à oposição raivosa e desfrutar alguns meses de poder. Faltou dignidade!