As desconstruções do conhecimento (parte 3)
O Brasil foi declarado descoberto no ano de 1500. Até então não constava em escritos e manuscritos, em mapas ou cartas náuticas, apenas hipóteses e suposições. Portanto não existia aos olhos da sociedade científica da época, reinante no Hemisfério Norte (Europa). E foi (re)descoberto, esquecido e abandonado no Hemisfério Sul.
No mar Mediterrâneo já reinava a troca de mercadorias, o comércio marítimo. Desde a história antiga com gregos e romanos, fenícios e egípcios. Povos navegadores e mercadores circulavam no Mar Mediterrâneo, trocando ideias e mercadorias. Enquanto na Terra Brasilis se praticava o extrativismo.
E o índio brasileiro ganhou fama de preguiçoso, não trabalhava e não estocava, só extraia da terra que o novo homem tomou posse. O índio ainda não havia aprendido acumular bens para barganhar e negociar em épocas difíceis. Tinham abundancia de alimentos e não tinham intempéries que os obrigasse a fazer estoques.
As frotas de caravelas aportaram em regiões sul-americanas quando a mata atlântica ainda era intensa. As regiões de sertão, cerrado e caatinga foram alcançadas depois, de transpassar as matas. Mais tarde com as Entradas e Bandeiras e seus sertanistas desbravadores, descobriram outros índios, com outros costumes.
Épocas difíceis não existiam em uma região, hoje um país com suas classificações, de clima tropical. Onde não havia falta de caça e pesca, com fartura de matas e florestas, rios e riachos, lagos e lagoas. E muito menos faltava na colheita de produtos vegetais nativos. Não havia invernos rigorosos que incentivasse a um estoque de alimentos ou produção de roupas e agasalhos. E o europeu chegou com todo o seu saber para ser implantado. Um saber de acordo com as suas necessidades e dificuldades.
Um saber oriundo de experiências e necessidades. Colonizadores enquadraram os índios no modelo europeu, desconstruindo seus conhecimentos. Absorveram alguns costumes e conhecimentos, mas não respeitaram uma intelectualidade de marca ou patente. Até os dias de hoje estrangeiros tentam, e por vezes conseguem, patentear produtos como: rapadura, cachaça e açaí.
Mais tarde imigrantes chegaram ao Brasil com sementes e mudas. Ideias e conhecimentos de monocultura e agricultura intensiva, enquanto os nativos não exploravam terrenos com monocultura e irrigação, uma agricultura intensiva. Nativos praticavam policultura com rodízios na plantação e mudanças de locais para plantio e moradia. Não eram donos das terras, não tinham escrituras de posse, podiam circular com facilidades. A monocultura implantada tinha por objetivo atender os novos moradores.
A Europa foi influenciada pela a Revolução Industrial. Enquanto o Brasil tinha uma população predominante de índios, deu um salto para o mundo moderno. Um povo que não era letrado, mas podia receber textos escritos. O europeu podia ler e implantar regras e conhecimentos.
Com toda atividade midiática europeia. Com todas as mídias de transferência de informação a partir do descobrimento do Brasil. Com todo este abafamento da cultura indígena, hoje ainda cultivamos alguns hábitos como o uso da rede. A nomenclatura de alguns pontos geográficos, tal como os indígenas denominavam, sobreviveu ao tempo, ficando como herança cultural. Embora hoje já não termos mais ideias de significados e origens de algumas toponímias. O tempo se incumbiu de mesclar ideias nomes, significados e origens.
Na alimentação os traços ficaram marcados também, como uso de raízes a exemplo da mandioca, macaxeira e aipim, que são raízes semelhantes. Com usos e nomenclaturas diversificados de acordo com as regiões, entre jiraus, papas e mingaus.
Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 31/05/2014
Texto produzido para: Jornal Metropolitano – Parnamirim/RN
Palavras Chaves: gestão; qualidade; conhecimento
Palabras Clave: gestión; la calidad; el conocimiento
Key Words: management; quality; knowledge
CMEC/FUNCARTE Cadastro Municipal de Entidades Culturais da Fundação Cultural Capitania das Artes Natal/RN
Roberto Cardoso
Votação JULHO a OUTUBRO de 2014 Informática em Revista-Natal/RN
Candidato DESTAQUES DO MERCADO - INFORMATICA 2014 Categoria: Colunista em Informática Categoria: Segurança da Informação
INFORMÁTICA EM REVISTA |ANO 8 | Nº 89 |PAG 20 DEZEMBRO 2013 | NATAL/RN
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