Deus entre Filósofos.
Nesse artigo irei comentar sobre a questão de "Deus" do ponto de vista subjetivo e objetivo. Sabemos que Filosofia, a princípio, trabalhou, em Platão, não com o elenhkós, mas com a maiêutica (metafísica).
A metafísica é entendida, também, pela duplicação de dois mundos do ponto de vista platônico: fora esse mundo existencial em que vivemos, mutável e aparente, existiria um outro Mundo: Essencial, Imutável, Eterno que podemos chamar de Mundo Transcendente, de Supra Sensível das Ideais. Para Nietzsche, toda a Filosofia de Platão passou por uma transição e nada mais fez do que desprezar essa vida em que vivemos em nome de valores elevados: como o Paraíso e a Verdade Divina: Niilismo Negativo.
O problema maior para Nietzsche não foi o pensamento autêntico de Platão, levando em consideração o Pensamento, mas o pensamento platônico que passou a ser Religião.
No mundo Grego antigo, os deuses eram considerados os objetivos e o homem o sujeito. Ou seja: os deuses eram algo que não estava como força psíquica, nos tempos de Freud: na modernidade. Mas estava no mundo, em uma objetividade não inanimada. Em nosso tempo, Deus passou a ser o sujeito e nós o objeto. A ideia de pós-morte, caminhando para o PARAÍSO, passou a ser algo necessário para a vida humana.
Sócrates era religioso: era devoto do deus Apolo. O seu filosofar em Atenas foi uma missão religiosa, mas Sócrates não estava interessado no estudo das estrelas, dos planetas e, principalmente, de algum conceito de metafísica que era de Platão em sua maiêutica. Sócrates tinha como interesse a moral; para Sócrates, Eros deveria ser necessário para uma condição melhor da polis, já que tínhamos uma sociedade erotizada. De maneira nenhuma Eros tinha alguma forma personificada, como de um Cupido romano. Era uma espécie de dáimon! Para um grego clássico, os deuses eram necessários para entender um ethos.
Não sou teísta, ateu, agnóstico ou pagão. Pelo menos é algo que não ligo de ser. CLARO QUE ACREDITO EM "DEUS": de forma subjetiva e objetiva. Meu relacionamento com "Deus" é mais objetivo, ou seja, como Algo que está no mundo ou na vida. A subjetividade sobre a realidade de "Deus" é algo mais ligada ao inconsciente coletivo (arquétipo). A objetividade vem, também, quando a expressão "Deus" é uma representação da Vida. Agora, por que minha crença é mais objetiva? Porque tudo que está a nossa volta não é inanimado - lembrando que do ponto de vista subjetivo, "Deus" também pode ser uma metafísica - . Daí você parte para o deus da Bíblia e de outros livros Sagrados como os Vedas, da Índia. Aí já se trata de um Deus, ou de deuses, que segue um conto, um poema e um sentido figurado.
QUANDO PLATÃO DISSE QUE "Deus é um grande geômetra", não estava falando em geometria ou em cálculos. Nada a ver! Mas sim em uma condição de entender o mundo das Formas ou das Ideais. Platão não queria saber das ciências experimentais ou no que pode ser observado, uma vez que ele seguia os eleáticos sobre a realidade ser mutável.
Quando Nietzsche disse que "Deus está morto" nada tinha a ver com a existência de Deus, mas com um positivismo que se mostrou valorar os valores humanos demasiadamente humanos.
NÃO EXISTE CÉU E INFERNO, LITERALMENTE. Céu e Inferno são produtos de nossa imaginação ou manifestações arquetípica de nossa cultura herdada de nossos antepassados, passando a ser trabalhadas em contos bíblicos e em outros Livros Sagrados; na antiga Palestina, várias pessoas estiveram isoladas nos desertos, sob um alto grau de fome, passando a ter alucinações vívidas. Roma dominava aquela região e havia muita miséria. A mente àquela época era bem confusa. Céu e Inferno existem de forma literária, não literalmente.
SE VOCÊ QUER SABER se a reencarnação existe é só olhar em volta: pessoas, animais, insetos, plantas... tudo que vive encarna, desencarna e reencarna continuamente. EMBORA (!) tais encarnações e reencarnações não sejam a continuidade de nossas personas, mas a continuidade do desejo e da potência da Vida eterna de se manifestar.