Da Série "Bate Papo com o Pessoal do Segundo Grau"
As primitivas sociedades rurais de caráter privatista ou os “estados rurais artesanais fundados na propriedade privada e no escravismo pessoal”, aproveitando-se de inovações tecnológicas a que conseguiram ter acesso, “condicionadas por certas formas de organização social para a produção de bens, acabaram por condenar à penúria não apenas estrangeiros escravizados, mas uma parcela crescente da própria etnia nacional” (D. Ribeiro, 1977).
Não é de certo modo o que se vê no mundo de hoje? Mesmo nos EUA podem ser identificados certos bolsões de pobreza e miséria. Onde são encontrados não apenas afro-americanos ou latinos americanos de diferentes nacionalidades, mas também eventualmente descendentes diretos dos anglo-saxões, ainda que em número menor ou muito menor.
Enquanto isso, os povos do chamado Terceiro Mundo (basicamente Ásia e América Latina), alguns ainda sob condições rurais, submetem-se a um tipo de escravismo moderno na produção de bens em sua maioria destinados aos clientes mais poderosos, dominadores ou neo-colonizadores. Podendo se contentar, no máximo, com parte dos excedentes dessa produção.
É assim que grande parte do petróleo produzido na Venezuela – um dos maiores produtores do mundo – não fica lá. Assim como quase todo o ouro extraído no Brasil não ficou aqui no período colonial. E tem a madeira, o ferro, o manganês, a bauxita, etc. Até a babosa, com todas as suas propriedades medicinais, foi lá pra fora e voltou pra gente para ser consumida com o nome de aloe-vera...