OS CALORES DE JANEIRO

O mês de Janeiro, de fato fez a abertura de um dos verões mais quentes dos últimos anos. Os fatos sociais e políticos trouxeram uma gama de informações, proporcionais ao calor nunca visto. O número de mortes em afogamentos no mar, rios e açudes foi um recorde como há muito não se via. Os acidentes, por conta das férias, da imprudência e das más condições das estradas atingiram memes nunca vistos. Só quem lucrou com o calor foi o comércio de ventiladores e splits.

Pena de morte na Indonésia

A condenação de um conterrâneo à pena de morte lá no Extremo-Oriente trouxe uma inevitável consternação à nossa passional brasilidade. No entanto, acho que não vale remar contra a corrente. A lei lá prevê pena capital aos traficantes de drogas. Cada país tem suas normas e não é pedido desse ou daquele que vai mudar. Pedir que a corte de um país soberano revogue uma sentença é no mínimo ingenuidade. Se tivéssemos pena de morte para traficantes, sequestradores, estupradores e corruptos teríamos um Brasil bem melhor. Além disto, um cara de 45 anos devia saber o que faz... Que sirva de exemplo para quem acha que vai traficar impunemente e depois dar um migué.

Qual o partido?

Ao que tudo indica, o Governador Sartori mudou de partido, Na campanha ele afirmava, com seu sotaque caxiense, “o meu partido é o Rio Grande”. Depois de eleito, ao se autoconceder aumento salarial, embora acenasse com austeridade, ele revelou que seu novo partido é “primeiro o meu”. Mesmo que não tenha sido uma iniciativa individual dele, mas de sua curriola, se fosse um cara ético como apregoava, ele podia ter vetado a lei. Mas não: o dinheiro já deve estar em sua conta. Dizer agora que vai devolver não adianta mais...

Respingos

Eu receio que a operação lava-jato na Petrobras vai respingar em mais gente. A responsabilização contra as empreiteiras seguramente vai afetar o sistema bancário, com quem elas estavam penduradas. Se quebrar empreiteiras, elas vão levar muitos bancos para o buraco. E sobre “Graça, a feia” não vai respingar nada?

As próteses

O episódio das próteses ainda não experimentou todos os desdobramentos possíveis. Crimes contra a saúde pública também merecem o “paredão”. O apartamento do médico e sua mansão na praia revelam que seu juramento não foi a Hipócrates, mas a Adam Smith ou outro explorador qualquer. É de esperar que o corporativismo usual que costuma absolver safados desse quilate seja banido de nosso modelo social. Um sujeito que faz da medicina uma fonte escusa de lucros merece, preliminarmente, ter sua licença cassada. A gang estava disseminada em várias cidades do estado, mostrando que pobre e frequentador das filas do SUS não tem vez.