A dor do desafio, o desafio da dor

O ano começa, com nossa grande promessa: superação!

A juventude nos torna intrépidos para realizar e pouco atentos para ouvir.

A idade, tão negligenciada no ocidente, carrega um tesouro. Por isso, o velho ditado dizia: “o diabo é mais sábio por ser velho, do que por ser diabo!”

Ninguém ganha músculos por se exercitar vinte e quatro horas sem parar, mas se praticar uma hora por dia, durante vinte e quatro dias, terá um excelente resultado.

Essa dosagem é fundamental em tudo que fazemos. Os ganhos precisam ser contabilizados, para que se acumulem. O esgotamento e o desânimo, também vêm do exagero.

E, assim, são todas as nossas conquistas na vida. Pessoais e profissionais. Passo a passo...

Como diz o Pe. Fábio de Melo: "Olha devagar para cada coisa. Aceita o desafio de ver o que a multidão não viu. Em cascalhos disformes, estranhos diamantes sobrevivem solitários."

E entre os grandes desafios, estão as mudanças. E, com ela, vem a dor!

Lembrando a velha conhecida e negligenciada sabedoria: Mudanças, algo tão constante na nossa existência!

Pessoas extraordinárias perceberam que a vida está cheia de desafios que, se aproveitados de forma criativa, transformam-se em oportunidades.

Ana Jácomo ensina que, para os vencedores, “Os problemas, os desafios, as limitações, não deixaram de existir. Deixaram apenas de ocupar o espaço todo”.

O tamanho do desafio é relativo quando agimos com competência e nos dedicamos de corpo e alma. No final o que sobra é o resultado!

Mas, e se não superarmos todas as barreiras e não vencermos o desafio a que nos propomos?

Com o tempo, vamos descobrir que a dor maior não será a de não ter vencido, mas a de não ter lutado.

No filme Coração Valente, quando o exército Escocês vê o poderia do exército inglês e está quase desistindo, William Wallace diz em seu discurso:

“Sim, lutem e talvez morram. Fujam, e viverão. Pelo menos por enquanto. E morrendo em suas camas, daqui há muitos anos, vocês desejarão trocar todos esses dias daqui em diante, por uma chance, uma única chance de voltar aqui e dizer aos nossos inimigos que eles podem tirar nossas vidas, mas jamais tirarão nossa liberdade”.

Os soldados haviam se reunido para eliminar a liberdade da dor, mas o tamanho do desafio os fazia temer a dor para obter a liberdade.

Atletas que atuam em alto nível afirmam, com frequência, que nesse estágio é preciso saber conviver com a dor.

É justamente essa, incômoda e constante companhia, que deixa para trás um rastro de desistência. E com estas, sonhos desfeitos.

Charles Chaplin nos diz com propriedade e conhecimento: “Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível”.

A dor do desafio soma os desistentes. Não os chamemos perdedores, afinal, se insistirem, terão chances de vencer. Enquanto isso, o desafio da dor soma os vencedores.

John C. Maxwell alerta que “Você pode medir um líder pelo tamanho dos desafios que ele assume. Ele sempre procura algo do próprio tamanho”.

Nenhum desafio é tão grande que não possa ser vencido. Com o avanço da medicina até a morte tem sido driblada!

E ninguém é tão pequeno que não possa superar as maiores adversidades.

Não colocando em juízo seus feitos e malfeitos, conta a história que Átila, o Huno, tinha 1,20 de estatura.

Nossos limites são estabelecidos, a princípio, numa caixinha denominada cérebro!

Ali pode ser o início e fim de tudo...

Fiquemos com a reflexão de Martin Luther King: “A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio”.

Ivan Postigo
Enviado por Ivan Postigo em 12/01/2015
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