SEU NOME TÁ SUJO ?
Certa vez vimos em uma revista que os últimos vinte e nove dias do mês, pra quem é assalariado são apertados!!! A vontade de comprar, ajudada pela publicidade, relacionamentos, necessidades ou demonstração de poder, vem colocando nossa sociedade dentro deste universo de crise financeira. O salário nunca dá. E diante desta triste realidade, os atrasos nas prestações ficaram mais freqüentes, o uso do cheque especial, é uma constante e dinheiro emprestado com juros altos também. Tudo isto, cria no consumidor uma sensação de impotência, por não dar conta de saldar seus compromissos.
As empresas por sua vez, precisam receber e como forma de pressão incluem os nomes dos “maus pagadores”, que quase sempre, são pessoas com dificuldades momentâneas; no SPC, SERASA etc. A inclusão é fácil, afinal computador pra isto não falta. Mas, a exclusão!!! Virgem Santa!!! Só com muita reza. Esta semana fomos procurados por alguém que estava completamente revoltado, pra não dizer coisa pior. O cidadão foi realizar uma compra no Shopping , aliás, Frei Beto faz uma comparação espetacular sobre o Shopping.( livro ética, editora século XXI) Ele diz que o Shopping, em sua magnífica estrutura de Catedral, está dividido em três partes: uma é o “Céu”, para quem tem dinheiro pra comprar à vista, tudo que vê e delira. Outra é o “Purgatório” para quem vê e compra fiado ou com cheque pré-datado. E a outra é o “Inferno”, para quem vê admira e não tem dinheiro nem crédito para comprar. Mas, vamos ao nosso amigo. Na hora de oficializar a compra em três pagamentos, a decepção !!! O vendedor consultou o SPC e a atendente da Associação informou que o seu CPF estava denunciado. Insatisfeito e praticamente obrigando o vendedor a lhe esclarecer melhor, foi informado que a denúncia se referia a uma dívida que já havia sido paga há mais de dois anos. Indignado , no dia seguinte, procurou o Órgão e qual não foi sua surpresa! Seu nome não estava mais denunciado. Mas como foi isso ? Entrou no inferno e alguém o tirou de lá ? Mas quem? Só que a vergonha que passou estava cravada em seu peito. Quando nos procurou, chegamos a duas conclusões: ou a telefonista errou, o que seria muito difícil, pois foram feitas duas consultas, ou a empresa denunciante foi comunicada sobre o descaso e resolveu logo. Mas, e o cidadão, como fica ? Somos contra esta informação por telefone, entendemos que se a Lei fosse cumprida e a informação fosse passada por escrito, evitaria estes constrangimentos e ações judiciais por danos morais.
É bom que nos lembremos que o Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 43, assegura a livre informação ao consumidor sobre seus dados, mas esta informação deveria ser fornecida sempre com segurança. Da forma que são prestadas por telefone, as falhas tanto podem ser atribuídas aos lojistas como aos Órgãos de consultas.
Outro fato que temos observado é que a maioria das empresas que denunciam o consumidor, após o recebimento do débito não procuram regularizar a situação do denunciado. Neste caso o código é ainda mais severo e no artigo 73 assim se expressa:
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata:
Pena - Detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa.
Mas a polícia sabe disto? Quem vai processar quem?
Por falar nisso, seu nome tá sujo? É bom verificar.... Quem sabe alguém usou seu CPF, ou o lojista ainda não mandou limpar aquela denuncia!