O homem evolui.
Não importa as circunstâncias históricas e de seu nascimento, as adversidades e falta de oportunidades, evolui.
Caminha sempre, embora não saiba muito bem para onde, pois é próprio do homem adaptar-se, procurar sobreviver e sobressair-se.
Através da história, o homem, em diversos momentos, questionou-se perante si mesmo, sua consciência, perante Deus e à sociedade.
O questionamento sobre o porquê da existência humana ainda não encontrou resposta, pelo menos não uma que aplacasse de vez as intensas dúvidas que cercam o próprio homem enquanto ser pensante e social, pois, como disse John Donne (1572 – 1631), nenhum homem é uma ilha, vive em sociedade, está sujeito às suas regras e tendências, mas ainda assim é um ser único, com suas crenças, medos, inseguranças e ideais.
Para entender o homem com ser que é e não ser que possuí, é preciso enxergá-lo como um todo, com toda sua bagagem cultural, social, econômica, financeira, ideológica, religiosa, sem esquecer o contexto histórico atual no qual está inserido e, numa escala menor e tão importante quanto, em seu nicho familiar e sociocultural.
A questão não é simples.
Vivemos num mundo capitalista.
O status, o produto de marca e novas tecnologias, determinam quem é mais atualizado, quem tem mais condições financeiras, quem tem mais poder.
O poder não é objetivo e influencia muito a mente de pessoas que não são muito confiantes, além de influenciar também sua percepção de si enquanto indivíduo social diante do mundo.
Acredita-se que uma pessoa vale pelo que possui e não pelo que seja.
Consumimos produtos que não precisamos, trocamos de celulares mais do que de roupas e estamos constantemente insatisfeitos com o que temos e buscamos cada vez mais o que não temos, nem que para isso deixemos de comprar itens realmente necessários a nossa saúde e bem-estar, nem que para isso sejamos soterrados por uma montanha de dívidas que muito provavelmente deixaremos de pagar.
Quando Karl Marx (1818 – 1883), entre outros, afirmou que a religião era o ópio do povo, ele talvez não tenha se atentado ao fato de que a influencia capitalista seria ainda maior do que a própria crença religiosa, mas, enquanto a última (religião) pode ser uma alavanca ao ser humano, a primeira (o capitalismo) pode ser sua bola de ferro.
No entanto, embora seja o capitalismo tão parodoxal, ele ainda é a única ferramenta capaz de gerar oportunidades e mobilidade social.
É crucial que o homem pense além de ideologias e utopias, seja crítico, que debata e não aceite sem questionar pensamentos que não sejam dele.
O ser humano ainda não atingiu seu objetivo, ainda não está completo, ainda não encontrou a si mesmo.
O que será num futuro distante ou como chegará lá, dependerá de quem o influenciará e de como assimilará essa influência em sua vida e perante a humanidade.
Racionalizar sem deixar de lado a emoção nunca foi tão importante como agora.