A Mídia não Faz Média
“O homem que tentou dar transparência aos fatos que afetam a todos é perseguido por aqueles que deviam dar explicações aos governos e aos cidadãos”, disse o Ministro das Relações Exteriores do Equador Ricardo Patiño, ao confirmar a concessão de asilo ao norte-americano Edward Snowden, ex-agente da NSA (National Security Agency) ou Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos.
Enquanto não falamos de Snowden, vamos dar uma consultada no que disse um outro Edward, o Bernays, sobrinho americano de Sigmund Freud, em seu livro Propaganda, publicado em 1928: “A manipulação consciente e inteligente dos hábitos organizados e das opiniões das massas é um elemento importante na sociedade democrática. Aqueles que manipulam este mecanismo, que não se vê, da sociedade constituem um governo invisível, o qual é o verdadeiro poder dominante no nosso país".
Voltando ao primeiro Edward. Snowden é considerado traidor por seu país de origem por ter revelado detalhes do programa secreto conhecido por Prism, que permite à NSA “o monitoramento de comunicações de pessoas na internet e em chamadas telefônicas”.
Ativo desde 2007, o Prism habilita a NSA a estabelecer comunicações com os servidores da internet (Microsoft, Yahoo, Google, Apple e Facebook) para consultar informações sobre seus usuários.
Snowden, preliminarmente homiziado em Hong Kong, é acusado pelo governo americano de espionagem e acredita correr risco de vida se detido. Daí o seu pedido de asilo ao Equador.
É possível que brasileiros com voz nos principais órgãos que integram a mídia nacional, atrelada ao sistema internacional de comunicação do Ocidente, vejam com reservas essa atitude do governo equatoriano. E, por extensão, muitos brasileiros comuns, suscetíveis ao que é veiculado pelos programas jornalísticos da nossa TV Globo, por exemplo, não dêem tanta importância a esse fato ou até mesmo julguem indevida a atuação do governo equatoriano. Como muitos de nós devemos ter julgado hilária a luta do governo argentino pela soberania das Malvinas.
Entretanto, quem tiver algo contra as autoridades atuais equatorianas, assim como contra a Bolívia, de Evo Morales, ou a Venezuela, de Hugo Chávez, e até a Argentina, de Cristina Kirchner, podia dar uma olhada no livro 1984, do britânico George Orwell, para ter maiores elementos quanto a uma posição mais clara a respeito de situação que interessa a todos no planeta.
Maricá, 29/06/2013