O CIRCULO DA IMPERFEIÇÃO

Seres imperfeitos concebem leis imperfeitas para serem cumpridas por outros seres humanos, também, imperfeitos; eis em poucas palavras, o que chamamos de:

“O Círculo da Imperfeição”.

Durante a famigerada jornada do homem por sobre a face da terra, nota-se que em todas as sociedades, povos, raças, tribos e nações do qual já ouvimos falar, sempre houve por parte dos humanos, a concepções de leis.

E estas todas com o propósito de buscar, é o que dizem, Justiça.

E a que se deve isto?

Talvez por que alguns, no alto de sua demência, se julgam melhores capacitados e superiores do que os outros à sua volta e então saem, a torto e a direita, implantando seus preceitos e suas leis como remédio para se alcançar a Justiça.

Ou ainda outros que, sentem a extrema necessidade de se sujeitarem aos outros, por se julgarem inferiores aos demais, ou por pura questão de comodidade.

Seja por esta ou seja por aquela explicação, ou por qualquer outra que possam vir a dar, o estabelecimento de códigos, leis, regras e preceitos sempre foi uma constante entre os humanos.

Código de Hamurabi, o Decálogo do Sinai, o Direto Romano são alguns exemplos destas leis e códigos.

No entanto, nunca se ouviu falar nem ao pouco se teve notícia, à exceção talvez da sociedade utópica de Moore, de uma sociedade onde a ordem reinasse de fato e de direito, uma sociedade onde a Justiça fosse, acima de tudo, uma prática cotidiana e constante a todos aqueles que dela fizessem parte.

Mesmo hoje, com mais de 5.000 anos de história escrita do ser humano sobre a face da terra, por mais que tenham sido as tentativas do ser humano em alcançar a Justiça, esta continua deles se fazendo ausente.

Basta ficarmos em silencio apenas escutando, escutando, escutando e se, prestarmos bastante atenção, conseguiremos ouvir os gritos daqueles que clamam por Justiça.

Pelas ruas das grandes cidade e até mesmo nas mais longínquas cidades interioranas, é possível ouvir o clamor de desespero e angústia pela Justiça.

Todos a querem, pois sem Justiça não há Paz!

O porquê então disto?

Porque mesmo usando de toda a sua capacidade racional, mesmo após tantas oportunidades e formas e jeitos diferentes de buscá-la ela ainda continua a ser apenas um ideal a ser alcançado?

Vejamos.

O ser humano é um ser imperfeito; ele nasce, ele cresce e ele morre.

Se ele, o homem, tem um final ele não pode ser perfeito, pois pressupõe-se que o que é perfeito nunca venha a deixar de existir, logo, tudo aquilo que advêm do homem está fadado, mais cedo ou mais tarde a perecer ou então, a deixar de ser útil a algo.

Sendo assim, tanto as leis, como os códigos e também os preceitos, tudo pois que advenha do homem está, incondicionalmente, condicionado a imperfeição, pois podemos afirmar que:

“Somente o que é perfeito, pode conceber ou criar algo perfeito”.

Se estas leis e preceitos e códigos são, em sua essência, imperfeitos e destinados a fazer com que outros homens, também imperfeitos as cumpram, quão miseráveis são os humanos?

Como alcançarão a Justiça envoltos em tamanha imperfeição??

Então temos:

Seres imperfeitos que concebem leis imperfeitas, para serem cumpridas por outros seres também imperfeitos, eis aí então o que chamamos de

“O Círculo da Imperfeição”.

Jef Bortolo
Enviado por Jef Bortolo em 24/05/2013
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