Conviver com a diferença
Fala-se muito de preconceito em geral, evidenciando-se as falhas humanas no aspeto do respeito para com o próximo. Conviver com a diferença não se restringe a possuir tolerância, é respeitar e ser respeitado, é entender que não existem pessoas iguais mas semelhantes, não só do ponto de vista físico e mental, mas sobretudo a nível sentimental/emocional.
A humanidade prende-se às diferenças existentes entre os indivíduos mas esquece que todos nós possuímos a mesma origem. Se observarmos à nossa volta, conseguiremos identificar características semelhantes no físico e no comportamento pois pertencemos à mesma espécie. Mas, mesmo face a estas evidências, nem sempre existe uma identificação com o outro, sendo que estas diferenças podem, por vezes, originar conflitos culturais. Por exemplo, o preconceito racial demonstra a hipocrisia da nossa sociedade, uma vez que a cor não define a ética, moral, inteligência nem carácter.
Hoje, vivemos em democracia, onde todos possuímos os mesmos direitos e deveres, mas onde se observa ainda o preconceito para com os deficientes físicos, o que enfatiza a falta de respeito para com o próximo, apenas pela aparência ou dificuldade em exercer atividades diárias com a mesma capacidade e facilidade de uma pessoa saudável. As pessoas esquecem que o deficiente físico é um ser humano como outro qualquer, capaz de superar as suas dificuldades e enfrentar os obstáculos do dia-a-dia.
Mas, existem diversas outras diferenças na nossa sociedade: o idioma, a cor do cabelo, as roupas ou qualquer outra coisa que diferencie os indivíduos. O importante é perceber que essas diferenças não definem o que cada um é interiormente pois no final, a verdade é que todos somos semelhantes.
Conviver com a diferença é uma tarefa árdua, mas precisa ser encarada como uma necessidade humana, pois ao respeitar o próximo, certamente abriremos espaço para que as nossas diferenças também sejam respeitadas. Apesar das diferenças, somos todos iguais. Somos todos seres humanos. E só pensando desta forma, poderemos construir um mundo sem preconceitos, fraterno e mais encantador.