As filhas do futuro

E como serão as filhas no futuro?

Considero alguns aspectos teóricos de determinadas religiões totalmente fora da realidade. Assisti recentemente a um vídeo de um programa de tv em que mulheres, líderes de uma Igreja, comentavam que suas filhas precisavam saber cuidar da casa, do marido e dos filhos. E eu me perguntei “Será que isso é real?”. O pior é que é. Ainda há esses tipos de posições no mundo atual. Nunca vi ninguém fazer um comentário desses a respeito de um garoto. E eles não sabem, nem se perguntam como cuidar de suas casas, de seus filhos, de suas mulheres.

Mas voltando ao assunto das mães da citada Igreja gostaria de elaborar outras questões.

A mulher tem o direito de escolher se quer trabalhar, se quer fazer carreira ou tornar-se administradora do lar, mãe, esposa. Isso não a faz menor, nem maior que outras. Apenas uma opção exercida.

A que escolhe ir para o mercado de trabalho precisa se preparar profissionalmente na área que escolher. A que escolhe a vida doméstica também. Para viver é preciso se preparar seja homem ou mulher. Essa formação não deve ser uma orientação familiar ou religiosa, deve ser uma opção.

Porque as relações entre membros de determinadas religiões ainda persistem com essa supremacia do macho? Vejo um apego enorme ao passado. Apontar a mulher como a motivadora, a que incentiva (mas não age, para deixar essa vitória para o marido) é anular suas capacidades criadoras e, ainda, subestimar a capacidade masculina de agir por conta própria.

Então o homem só age se houver um empurrãozinho feminino? Isso não seria arrogância feminina? Será que não está faltando sabedoria nas Religiões para enfrentar as mudanças do mundo? Ou será que falta coragem para rever as verdades estabelecidas?

Para não enfrentar as dificuldades com a adaptação a tantas mudanças as religiões retornam ao passado e valorizam a passividade feminina.

É fato que qualquer ser (macho ou fêmea) pode exercer o papel de supridor. Mas isso não dá poderes para torna-lo (a) mais importante ou na condição de ser servido(a). Dessa forma entendo que a supremacia das relações é nociva principalmente quando essa relação é no âmbito familiar. Cada ser é capaz de determinadas habilidades, que não estão relacionadas a uma ordem fisiológica.

É necessário pensar, sim, se estamos dando continuidade a essa hierarquia do macho na forma feminina.

É necessário discernir que cada ser possui capacidade diferente do outro, mas podem desenvolver outras ao longo da vida, podem adquirir habilidades que nunca foram demonstradas e podem assumir posições que não tiveram oportunidade de desempenhar.

Somos seres inteiros, homem ou mulher.

Não precisamos competir um com o outro. Somos seres que se completam, que se apoiam, que se incentivam e que podem crescer juntos seja lá qual for sua opção profissional ou pessoal.