Um lixo chamado "Big Brother"

UM LIXO CHAMADO “BIG BROTHER”

O Brasil, mais uma vez é assaltado por um lixo televisivo chamado “Big Brother ”, onde um grupo de aventureiros vai para uma casa, tudo patrocinado pelos expectadores (e repassado à Rede Globo), onde se cometem as maiores barbaridades e inqualificáveis orgias, em nome da conquista de um milhão de reais, que é pago pelo resíduo dos milhares de telefonemas que os ingênuos dão para excluir alguém nos “paredôes”.

Rejeitado nos países desenvolvidos, o “Big brother” que teve seu modelo exportado para cá, faz um inaudito sucesso entre os tupiniquins da aldeia. Trata-se de uma cultura de todas as mediocridades de nosso já tão deturpado modelo social. Para a Globo se trata de uma ponderável mina de ouro. Cada ligação feita pelos papalvos que querem eliminar alguns “heróis” colocados no “paredão” geram valores, oriundos das ligações telefônicas, que pagam o custo da operadora, o prêmio, as despesas da “casa mais vigiada do Brasil” e ainda enchem os cofres da emissora.

Como apologia à imoralidade das ações e dos diálogos dos participantes, o BBB dá asas ao voyeurismo dos despreparados. Tudo na programação dá um péssimo exemplo a todos, especialmente aos jovens. Tem gente que cultiva o exibicionismo todas as noites, para ver as intimidades dos participantes, que são desocupados, aventureiros e as mulheres oportunistas, ávidas pelas câmeras da Play Boy. E o medíocre Pedro Bial ainda tem a coragem de chamá-los de “nossos heróis”. Herói é o assalariado, o que espera nas filas, o que não tem médicos, escola para os filhos nem hospitais...

O telespectador é induzido a “dar uma espiadinha” na vida das pessoas 24 horas por dia, numa degradante bisbilhotice social nesse hino à mediocridade e à desfaçatez moral. É o ápice da inconsistência social. Esta é uma das tantas iniciativas da televisão de moldar os costumes e a moral do povão. E dizem que isto é comunicação. Na obra de Orwel, as fábricas continham placas com o lema: “dois mais dois são cinco se o partido quiser”. No Brasil se pode afirmar que “dois mais dois são cinco se a Rede Globo deixar”.

Será que o apóstolo Paulo apreciaria o BBB? O que ele diria a respeito? “Desprezando o conhecimento de Deus, essas pessoas foram abandonadas ao sabor de uma mente incapaz de julgar, cheia de injustiça, perversidade, malícia e deslealdade. Não se amoldem às estruturas deste mundo, mas transformem-se pela renovação da mente, pois vai chegar o tempo que não suportarão a sã doutrina, desviarão os ouvidos da verdade para se alimentarem de fábulas”.

Por isto, caro leitor, diga não ao Big Brother!

Antônio Mesquita Galvão

Doutor em Teologia Moral

Kerygma.amg@terra.com.br