MATOU A MULHER, ESQUARTEJOU E ENTREGOU A SUA PRÓPRIA MÃE.
Por Carlos Sena
Por Carlos Sena
Se a moda pega, onde iremos parar? Depois do caso do dono da Yoki, Matsunaga, que foi esquartejado pela esposa, a cena se repete. Não mais em São Paulo, mas, em Pernambuco na cidade de Jaboatão dos Guararapes. Não mais envolvendo gente rica, nem ex-prostituta. Aqui, a esposa pediu para o marido se retirar da casa. Ele não aceitou o pedido da esposa Mirtes e insistiu na sua volta. No seu direito de não querer mais ficar como o ex-marido ela não voltou. Ele, Luiz, inconformado a mata, esquarteja, coloca o corpo em sacos de lixo e o entrega a sua própria mãe.
Coincidências com o caso Matsunaga:
a) Houve esquartejamento;
b) Foi utilizado sacos de lixo para acondicionar os pedaços do corpo;
c) Foi crime passional;
d) Ambos tinham um filho;
e) Ambos estão presos;
Divergências com o caso Matsunaga:
a) Foi o marido Luiz Antonio dos Santos quem matou a mulher Mirtes Juliana;
b) A mulher, Mirtes, não era ex-prostituta;
c)Tratava-se de um casal de pessoas de classe pobre, assalariada;
d) Elize (Matsunaga) colocou o corpo em sacos de lixo e abandonou na periferia de São Paulo; neste caso, o assassino levou o carpo da mulher para sua própria mãe;
e) Elize (Matsunaga) cortou o corpo em vários pedaços, neste caso, o marido deixou a cabeça da esposa no tronco sem os braços...
f) Elize levou os sacos de lixo com pedaços do corpo do marido num automóvel de luxo; neste caso de Jaboatão dos Guararapes, o marido Luiz levou num ônibus para entregar o corpo de Mirtes a sua própria mãe...
g) Elize demorou alguns dias para se entregar a polícia; neste caso, o marido se entregou no dia seguinte.
h) O caso Elize rendeu notícias em todas as emissoras de TV e rádio do país, talvez por se tratar de gente rica; o caso de Pernambuco rendeu uma notinha “mixuruca” no Fantástico e em Recife foi mais amplamente divulgado.
i) Elize era mulher e o de Pernambucano Luiz era homem... Mulher matando é uma coisa, homem matando é outra?
j) Elize descobriu que o marido tinha amante, inclusive uma prostituta; Luiz tinha certeza que não era traído e que sua mulher nunca foi prostituta;
Muito mais se poderia pinçar nesse contexto de coincidências e divergências. Mas o que está em xeque? Talvez o sentimento de posse. Acreditamos nesse sentimento, porque o (sentimento) de amor talvez não se justifica nesses dois casos e outros do mesmo tipo. O primeiro passo é que o amor se é amor, só quer O BEM DO AMADO. A posse, não. Ter alguém na lógica de posse é diferente de “ter alguém” na lógica do amor. O contraditório disto é que sentimentos (amor e posse) são intersubjetivos e dificilmente quem está de fora, como expectador, encontra uma justificativa racional. Quem está de fora explica, mas não consegue justificar. O sentimento e a atitude criminosa foram exercidos por outra pessoa que não nós. (O criminoso elegeu contextos próprios para tal atitude). Sentimentos de amor possessivo levam a isto e a ciência já tem essas respostas, embora a sociedade se estarreça sempre que um novo fato acontece. Esse sentimento de posse, repetimos, reúne consigo outros sentimentos tais como insegurança, medo de solidão, incompetência pra recomeçar novas relações, inveja do parceiro quando mais novo ou mais nova, sentimento de inferioridade de quem mata, supremacia financeira, intelectual e de status exercida por um dos personagens, etc. Falta de Deus? Certamente. Mas o próprio Deus nessa hora é vencido pela supremacia do livre arbítrio que ao homem foi concedido pelo “pecado original”. (Reiligão é dogma?)
No caso se Pernambuco, há um significado importante:
Luiz levou o corpo de Mirtes para sua própria mãe dentro dos sacos de lixo. Esta, diante do que viu, entrou em desespero, segundo se noticia em Recife, fartamente. Olha Freud aí, gente! Esse gesto tem tudo a ver com o sentimento de Luiz que, certamente, queria provar alguma coisa pra sua mãe... Será que ela, como muitas mães não cobrava dele alguma atitude mais firme em relação a Mirtes? No inconsciente dessa atitude talvez esteja contido: “olha aí, está satisfeita”? Talvez até tenha havido rumores de traição por parte de Mirtes, mas que ainda não foi noticiado. Talvez Mirtes não gozasse de livre transito na casa de Luiz por motivos que não sabemos, etc. Muitas podem ser as variáveis desse caso de Pernambuco, somadas ao machismo exacerbado que ainda recalcitra por aqui. O que mais nos impressionou, contudo, foi o que acabamos de pinçar:
o assassino “levar o corpo, estraçalhado, para a sua própria mãe”... Por que não para a mãe de Mirtes? – Certamente isto são coisas desse grande mistério que se chama GENTE...
Coincidências com o caso Matsunaga:
a) Houve esquartejamento;
b) Foi utilizado sacos de lixo para acondicionar os pedaços do corpo;
c) Foi crime passional;
d) Ambos tinham um filho;
e) Ambos estão presos;
Divergências com o caso Matsunaga:
a) Foi o marido Luiz Antonio dos Santos quem matou a mulher Mirtes Juliana;
b) A mulher, Mirtes, não era ex-prostituta;
c)Tratava-se de um casal de pessoas de classe pobre, assalariada;
d) Elize (Matsunaga) colocou o corpo em sacos de lixo e abandonou na periferia de São Paulo; neste caso, o assassino levou o carpo da mulher para sua própria mãe;
e) Elize (Matsunaga) cortou o corpo em vários pedaços, neste caso, o marido deixou a cabeça da esposa no tronco sem os braços...
f) Elize levou os sacos de lixo com pedaços do corpo do marido num automóvel de luxo; neste caso de Jaboatão dos Guararapes, o marido Luiz levou num ônibus para entregar o corpo de Mirtes a sua própria mãe...
g) Elize demorou alguns dias para se entregar a polícia; neste caso, o marido se entregou no dia seguinte.
h) O caso Elize rendeu notícias em todas as emissoras de TV e rádio do país, talvez por se tratar de gente rica; o caso de Pernambuco rendeu uma notinha “mixuruca” no Fantástico e em Recife foi mais amplamente divulgado.
i) Elize era mulher e o de Pernambucano Luiz era homem... Mulher matando é uma coisa, homem matando é outra?
j) Elize descobriu que o marido tinha amante, inclusive uma prostituta; Luiz tinha certeza que não era traído e que sua mulher nunca foi prostituta;
Muito mais se poderia pinçar nesse contexto de coincidências e divergências. Mas o que está em xeque? Talvez o sentimento de posse. Acreditamos nesse sentimento, porque o (sentimento) de amor talvez não se justifica nesses dois casos e outros do mesmo tipo. O primeiro passo é que o amor se é amor, só quer O BEM DO AMADO. A posse, não. Ter alguém na lógica de posse é diferente de “ter alguém” na lógica do amor. O contraditório disto é que sentimentos (amor e posse) são intersubjetivos e dificilmente quem está de fora, como expectador, encontra uma justificativa racional. Quem está de fora explica, mas não consegue justificar. O sentimento e a atitude criminosa foram exercidos por outra pessoa que não nós. (O criminoso elegeu contextos próprios para tal atitude). Sentimentos de amor possessivo levam a isto e a ciência já tem essas respostas, embora a sociedade se estarreça sempre que um novo fato acontece. Esse sentimento de posse, repetimos, reúne consigo outros sentimentos tais como insegurança, medo de solidão, incompetência pra recomeçar novas relações, inveja do parceiro quando mais novo ou mais nova, sentimento de inferioridade de quem mata, supremacia financeira, intelectual e de status exercida por um dos personagens, etc. Falta de Deus? Certamente. Mas o próprio Deus nessa hora é vencido pela supremacia do livre arbítrio que ao homem foi concedido pelo “pecado original”. (Reiligão é dogma?)
No caso se Pernambuco, há um significado importante:
Luiz levou o corpo de Mirtes para sua própria mãe dentro dos sacos de lixo. Esta, diante do que viu, entrou em desespero, segundo se noticia em Recife, fartamente. Olha Freud aí, gente! Esse gesto tem tudo a ver com o sentimento de Luiz que, certamente, queria provar alguma coisa pra sua mãe... Será que ela, como muitas mães não cobrava dele alguma atitude mais firme em relação a Mirtes? No inconsciente dessa atitude talvez esteja contido: “olha aí, está satisfeita”? Talvez até tenha havido rumores de traição por parte de Mirtes, mas que ainda não foi noticiado. Talvez Mirtes não gozasse de livre transito na casa de Luiz por motivos que não sabemos, etc. Muitas podem ser as variáveis desse caso de Pernambuco, somadas ao machismo exacerbado que ainda recalcitra por aqui. O que mais nos impressionou, contudo, foi o que acabamos de pinçar:
o assassino “levar o corpo, estraçalhado, para a sua própria mãe”... Por que não para a mãe de Mirtes? – Certamente isto são coisas desse grande mistério que se chama GENTE...