O funcionalismo público está enraivecido, sente-se traido e relegado pelo Governador Campos Salles. Tem razão de sobra, o desrespeito e a desconsideração é total. Mas, pode ser agora que nos confronta a responsabilidade de chorar a forma irresponsável, medíocre, individualista, nosso oportunismo, a ganância que permitimos que semeassem em nossa mente e na filosofia do nosso trabalho. Depois de 198...8 nos ensinaram e fomos bons alunos nisto, que se for para ganhar melhores salários, comissões cuja origem não nos importa, complementações salariais, poderíamos até nos vender, anular nossa personalidade, vender ou trocar nosso voto, estimar a corrupção, na qual imergimos nosso caráter. Desde quando ganhar foi mais importante do que qualificar nossa formação, fortalecer nosso caráter, manter nossa dignidade ou que ganhar, sem se importar se isso era moral ou justo, se implicava em ganhar e trabalhar mais, ganhar e trabalhar com mais qualidade, com melhor preparo, com consciência mais crítica. Queriamos ganhar, mesmo que nossa alma fosse vendida ao diabo. O Governo descobriu nossa ganancia, percebeu que dissoante do restante da sociedade, tínhamos mais privilégios que serviço público, que o Estado pode funcionar bem e melhor com menos despesa eleitoreira. O momento oferece rica oportunidade de revermos nossa história e resgatarmos nosso caráter, honestidade e serviço ao povo paranaense. Não simplesmente nos vitimizarmos perante a sociedade, mas nos penitenciarmos dos erros que cometemos nesses vinte anos. Confissão faz bem para a alma.