Ação: campanha MUDE UM DESTINO
O Brasil dá mais um passo rumo ao pensamento ético-social assertivo, inaugurando a campanha MUDE UM DESTINO, parceria entre a AMB - Associação dos magistrados do Brasil e Varas da Infância e Juventudade das localidades regionais, visando o estímulo a prática de adoção das 80 mil crianças e adolescentes brasileiros que ainda parmanecem em abrigos (além de tantas outras que não se tem notícia).
A proposta, um tanto ousada por sensibilizar o poder judiciário a agilizar os processos de adoção, vem quebrando preconceitos e vencendo barreiras seculares de tradicionalismo, visto o passado do país em tentar eliminar famílias ditas "imperfeitas" e submeter um pensamento de crítica àqueles que abrem mão do direito natural de serem pais biológicos e optam por serem pais adotivos.
O caso é que, nunca antes na história do Brasil os Juizados de Infância e Adolescência receberam tantos cadastros de pretendentes à adoção. Acontece que o pensamento preconceituoso ainda existe. Estatísticas atualizadas pela AMB mostram que 70% dos pais procuram crianças do sexo feminino, brancas, de até 6 meses de idade. E mais! Algo em torno de 82% dos pretendentes desistem da adoção caso não encontrem a criança que se encaixe perfeitamente no perfil escolhido.
A possibilidade de adoção não vem com o pensamento fundamentado na campanha em MUDAR UM DESTINO, objetivo no qual supõe que ao adotar os pais modificariam a vida da criança, a qual receberia uma possibilidade de uma vida mais justa, dentro do âmbito familiar, inserida na sociedade e mantenedora da ética e moralidade.
O que é visto, no entanto, são pais querendo satisfazer uma vontade própria, almejando mudar o destino deles próprios e não o da criança. Parece que a prática de adoção virou um fast food de natalidade. Casais se cadastram, passam por entrevistas psicológicas, são avaliados por um longo período e no final estão aptos a escolher àquela criança que mais perfeitamente se encaixe à família. Dessa forma, pensa-se ser mais fácil seguir esta regra em detrimento de ser surpreendido pela simples e tradicional genética.
Dessa forma, novamente a história do país retorna ao ponto inicial: a desigualdade, a carência de oportunidades e a heterogeneidade. A campanha, que tem objetivo simples e extremamente pertinente, acaba por ser mais um instrumento repleto de preconceito.
Até quando isso? Muda Brasil!