AMY WINEHOUSE
Amy era puro talento e ainda teve o privilégio de nascer numa família em que o talento já estava bem desenvolvido. Amy é a figura da pessoa que se torna um semi-deus, por causa da adoração farta e jactanciosa da sociedade. Que dó, que dó, que dó! é o que podemos dizer agora. Não houve como a estrutura psíquica de Amy suportar tanto sucesso, ela era frágil.
A existência humana sadia exige que nos encontremos como homens e mulheres mortais. Amy "creu" na imortalidade, mas não apenas na perenidade de seu trabalho. É como se ela cresse mesmo, inconscientemente, no significante 'imortal' para todos os aspectos da vida e não somente no que tange a sua obra artística. Não havia espaço em seu ser para as frustrações tão necessárias à vida.
Amy não está sozinha, são muitas as pessoas que por um motivo ou por outro tomam posse de sua vida de seus talentos, não conseguindo submeter a ninguém nem a nada a sua vida, nem mesmo aos princípios físicos que regem o nosso corpo e a nossa mente.
É como na parábola do filho pródigo, só que no caso de Amy e em muitos outros, sem o tempo para o retorno. Seu corpo não suportou a "deidade" e, na verdade, o de ninguém suporta. Somos humanos, temos limites e precisamos respeitá-los.
Sou músico e pude perceber quanto talento partiu com Amy.