Por que não prestigiar o que é nosso ?
Estava na fila do supermercado no sábado quando o senhor da fila ao lado começa a conversar comigo para manifestar sua indignação sobre a lei municipal que veda o uso de sacolas plásticas nos estabelecimentos comerciais jundiaienses. Disse que acha errado a cobrança de R$ 0,19 por sacola biodegradável e o supermercado tem a obrigação de fornecê-las, além disso, a que a lei foi criada para beneficiar o dono da empresa das sacolas.
Eu argumentei que se trata de uma questão cultural e logo as pessoas se acostumam a levar suas caixas ou sacolas, que em Portugal é assim também (e os portugueses se adaptaram muito bem), e que a lei veio para coibir o uso do plástico lançado indiscriminadamente na natureza. Ele não se convenceu muito porque as sacolas vendidas nos supermercados são fabricadas em Jundiaí. Pensei...e daí??? Então, me questionei - por que não prestigiar o que é nosso? Por que sempre procurar distante quando podemos encontrar bem perto de nós? Devemos nos sentir felizes por uma de nossas fábricas ter sido a escolhida para fabricar e distribuir sacolas biodegradáveis. É sinal que temos qualidade e não precisamos buscar fora. Vivaaaa!
Os bens e serviços oferecidos na cidade devem ser prestigiados pelos moradores e indústrias locais, pois nem sempre o que é de fora é melhor ou mais barato.
Já está enraizado na consciência da sociedade que algo sempre é criado para beneficiar um em detrimento de outro, pois até o divórcio no Brasil nasceu assim, entretanto, devemos analisar o caso concreto e extrair os benefícios disso para a natureza e/ou coletividade. Nem sempre uma idéia implantada é apenas um ganhar dinheiro exclusivamente, fosse assim, uma única fábrica ou costureira estaria rica por confeccionar sacolas ecológicas em Jundiaí. Pensar somente em si, no próprio conforto e esquecer os malefícios que isso pode causa é egoísmo.
B. Stievano.