Será mesmo o fim?
O Rio de Janeiro que vemos nos noticiários está bem longe de ser a “Cidade Maravilhosa cheia de encantos mil”. Não que o Rio não tenha as suas belezas, isso obviamente que tem. Mas há um câncer corroendo aquele lugar. Um câncer que anda armado até os dentes com escopeta, granada, fuzil, metralhadoras e tudo quanto é arma de artilharia pesada. Esse câncer é o Narcotráfico, que assola a comunidade, provocando o maior terror em todos os moradores que convivem diariamente com o fogo cruzado.
Por muitos anos o Estado deixou que outro Estado fosse formado dentro dele. Outro comando, com outras leis, feitas por eles mesmos. A quem pertenciam os morros? Com certeza não pertenciam mais ao governo. Cada morro tinha um dono. Eram “Zé Pequenos” pra tudo que é lado, mandando e desmandando. Autorizando quem podia subir, quem podia descer, que horas a população deveria recolher, que horas o comércio teria de abrir ou fechar. Eram monarcas absolutos das favelas cariocas. E agora? Depois de todos esses dias de combate intenso entre as forças do Estado e a força do tráfico quem é que manda?
As autoridades dizem que locais antes dominados pelos traficantes, como a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão foram reintegrados ao Poder Público. Derrubaram os monarcas, porém poucos foram guilhotinados. Resta saber até quando durará essa tal “Revolução”. O Governo deve continuar atento para que um “Narcoleão” (perdoem o péssimo trocadilho) não promova algum tipo de 18 Brumário e reassuma o controle. Não podemos subestimar a organização dessas facções criminosas, que mesmo tendo seus grandes líderes presos ainda conseguem ditar as normas do crime. Sua organização vem de décadas e estão muito bem informados, pois os seus “007’s” estão infiltrados em diversos setores da Máquina Estatal.
Uma coisa é certa: Caros leitores, não se deixem levar por tudo o que a imprensa fala. Sabe como é, né? Estamos prestes a sediarmos uma Copa do Mundo e Uma Olimpíada, nada melhor para atrair investimentos do que a manchete: “TRAFICANTES NÃO DITAM MAIS AS ORDENS NO RIO” ou “O ESTADO VENCE O PODER DO TRÁFICO”. Também vale ressaltar que o Governo teve sua reputação ferida, quando o enredo do filme Tropa de Elite 2 escancarou as “safadezas” do poder governamental. Seria uma resposta do Governo a sociedade? Não se preocupem, não estou aqui promovendo uma teoria da conspiração, apenas estou cético com esse noticiário de “final feliz”. Pois sei muito bem que as dinastias não desaparecem do dia para a noite.