DE QUEM E A CULPA?
“Advogados e parentes dos cinco jovens (quatro deles adolescentes de 16 e 17 anos), dizem haver um exagero por parte da polícia e o que houve foi apenas "uma confusão que acabou em agressão". (Folha de São Paulo)
Esse comentário mostra bem a cultura que vigora no Brasil de hoje, onde as leis sempre se rendem aos filhos das elites do país. Uma lei imparcial para o pobre, abandonado à própria sorte, mas paternalista em relação à classe média. Um ato de extrema violência, uma clara demonstração de homofobia, intolerância e ausência total de desrespeito marcam uma agressão bárbara em que alguns jovens atacam um outro violentamente apenas por “acharem” que se tratava de um homossexual. Frente a tal agressão, advogados e família partem em discursos voltados para a impunidade que hoje ainda reina no país.
Os ataques no Rio de Janeiro, comandados pelo tráfico, mostram bem como o paternalismo pode prejudicar um país. Traficantes maltrapilhos, mal criados, serão (E devem ser!) severamente punidos por implantarem esta onda de terror. São, muitos deles, desprovidos de qualquer espírito cidadão. No entanto, sabemos todos que quem coloca a arma na mão deles é o cidadão considerado “modelo”, aquele que trabalha de terno e gravata, frequenta universidades, escolas particulares, enfim, os profissionais conceituados desta sociedade onde vale mais o ter do que o ser. Enquanto houver quem compre drogas, haverá traficantes. Onde houver falta de educação familiar, haverá ataques de intolerância e, assim, caminhamos, apontando artilharia pesada contra o alvo mais óbvio, claro! Pau neles!!! Mata!! Agora, só uma pergunta: E o que fazer com os milhares de “meninos bonzinhos” que compram drogas? Não seria justo uma punição para eles também? Não seriam eles “sócios” desse imenso império? Ops! Nada! São estudantes!!! Deixe-os fora dessa confusão. Eles não moram nas comunidades pobres. São vítimas, apenas...Será?!!!
Rozana Pires