Fim do mundo

Soltar pipa, jogar bola, hoje para certos adolescentes não são as melhores escolhas, nada disso ajuda a ganhar dinheiro fácil, ou melhor, dinheiro sujo que vem de mãos erradas de vidas desenganadas.

Pais desesperados chorando por decepção, aquele seu filho querido que eles tanto amam, vive numa vida sem razão.

Menino moreno franzino, de pés no chão, não liga mais para aquela família só os feri o coração.

Para ele familiar, é aquele que o espera para a mercadoria lhe entregar.

Ao olhar ao redor ele vê a concorrência, os mesmo que na infância brincavam em uma caixa de areia, brincadeira de menino, mas hoje são inimigos e não brincam mais, apenas brigam pela clientela, pois a grana está com ela.

Pessoas que por eles passam, abaixam a cabeça temendo encarar, meninos assim, não têm medo de matar.

Dentro do barraco a mãe ouve palmas e vai a janela espiar, era novamente o cara do conselho tutelar.

Com o coração apertado ela vai atendê-lo e escuta-o falar:

Minha senhora já estive aqui outrora para te aconselhar, por favor, mande seu filho à escola, pois lá é seu lugar.

A mãe sem quase nenhuma reação, lhe responde calmamente:

Meu ‘sinhô’ vê meu menino estudado, formado em ‘dotô’ era tudo que eu queria, mas meu papel de mãe eu tentei ‘fazê’ educação eu dei, mas ele é um menino difícil de ‘aprendê’, eu comecei a da conta de que falar não resolvia, então passei a ‘batê’, por ele sê tão ruim, parecia nem doe. Castiguei, até no banheiro tranquei, mas ele sempre dava um jeito e fugia, e só noutro dia em casa amanhecia.

Chegava sujo com aparência sofrida, assim eu logo deduzia, ele estava onde eu mais temia, e aos poucos eu percebia que meu filho, para o crime eu perdia.

Meu ‘sinhô’ pra mim esse é o fim do mundo.

Pâmela Cristina Cordeiro
Enviado por Pâmela Cristina Cordeiro em 16/07/2010
Reeditado em 26/06/2014
Código do texto: T2380456
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