Máscaras

Ah, as inúmeras máscaras que os homens usam durante a vida! Tantas são que fica difícil sabermos ao certo com que tipo de pessoas estamos lidando. E acabamos por nos chocar quando vêm acompanhadas por uma religiosidade hipócrita travestida de "fraternidade cristã".

Ah, mas um dia todas as máscaras caem e nos vemos diante do que realmente é aquela pessoa .. descarnada de suas vestes artísticas, que esqueleto deprimente!

Parece um personagem saído dos piores filmes clase B de terror. Então é essa a essência daquele ser? Como pudemos nos deixar enganar dessa forma? Mas é assim que é, o tempo todo.

Num dia temos diante de nós uma pessoa cheia de frescor, amiga, parceira, solidária. E de repente, sem aviso prévio, nos deparamos com uma figura fétida, pútrida, mas verdadeira.

Quanto desgaste, quanto sacrifício para mostrar-se como jamais foi! E tudo vai por água abaixo ao menor sinal de ameaça, de alerta, de perigo. E aquele ser tão formoso, tão iluminado, se esvai diante de nossos olhos, dando lugar à terrível face de uma górgona furiosa.

Ah, o ser humano! Será mesmo humano o ser que julga as pessoas esquecendo-se de que também é humano e, portanto, cheio de erros? Por que essa estranha e sórdida criatura se coloca acima do bem e do mal, impondo regras, julgando e condenando, quando ela mesma não passa de um terrível monstro do submundo, habitante dos esgotos do Hades?

Oh, estranha criatura, talvez ainda possa ter alguma coisa de humano debaixo dessa horrível personificação plutoniana, que esteja acima dos vis sentimentos que a movem, tais como a inveja, o ciúme, a frustração, o desvario.

Que os deuses possam nos livrar de termos que olhar de frente o ser imbuído de sentimentos tão pequenos que os impede de se iluminar!

Emar
Enviado por Emar em 28/04/2010
Código do texto: T2224838
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