Quando o ciúme é um transtorno psicopatológico.
   O ciúme é o medo da perda do objeto amado. É o lado amargo do amor. Muitos terminam um relacionamento pelo ciúme exagerado do outro, que sem perceber, aniquila a personalidade, gera posse e opressão, além da falta de respeito à individualidade e essência da vítima. A maturidade deixa a pessoa mais confiante e seguro em relação ao outro, aí entra um ciúme normal sem exagero e apego. Não adianta ter ciúme, pois quando o outro quer ou deseja trair ele faz, usando mentiras como apoio, para esconder a traição.
   O ciúme exagerado é uma dor de posse que indica que algo está errado na relação. Uma dose mínima deste sentimento é natural e saudável quando indica zelo e o cuidado pelo outro, não egoisticamente. Este sentimento consciente pode ser agregado valores de estar orgulhoso de estar com alguém, de fazer parte da vida desta pessoa. A base do ciúme consciente é a autoestima, e se ela está alta, há maturidade, avaliação boa de si mesmo. A baixa autoestima pode advir de problemas físicos, econômicos, (complexo de inferioridade), e emocionais. E à medida que a pessoa está bem consigo mesmo ela confia em si mesma e no outro também. Vive sem apego ao outro.
   É ainda mais intenso quando envolve uma pessoa do passado. O importante é saber lidar com a situação, pois ninguém é de ninguém. O medo da perda, a insegurança gera a doença do ciúme. O ciúme imaginário, a fantasia e até mesmo delírios, pois a certeza é outra coisa. A insegurança e o medo da perda do objeto do amor geram a posse, que entretanto é uma ameaça ao relacionamento contribuindo para conflitos e sofrimentos para os envolvidos no contexto. O ciumento em questão, sente ciúme do nada; do celular, do suspiro, sonho, roupa, perfume. Enfim sente ciúme até dos pais, parentes e amigos...o ciumento não aceita explicações por mais que o outro tenta, por isto a omissão do outro de informações e detalhes de tudo que faz, tentando preservar-se de brigas e conflitos, tentando aplacar a doença do ciúme.
   Geralmente quando é exagerado pode se transformar em TOC (transtorno obsessivo compulsivo) e personalidade paranóica, com sentimento de perseguição e medo da perda da pessoa (objeto) amada. No ciúme patológico, a inferioridade existe e, pode ser até inconscientemente (pelo hábito), pois a pessoa sempre acha que vai ser trocada, enganada ou dividida com outra pessoa, que pode ser mais valorizada que ela. Um sentimento incontrolável de posse, raiva e frustração envolvem o ciumento quando este não consegue controlar totalmente o outro. É neste momento que ele exprime sua raiva e maltrata a pessoa, buscando projetar todo sentimento de posse.
   O problema do ciúme é de quem sente, pois o outro não muda, ou se muda vai se anulando para evitar conflitos maiores e por amor. O ciumento impede o outro de viver, ter amigos, ter uma profissão de sucesso subjetivo, de viver conforme sua personalidade, vai envenenando o relacionamento, consequentemente levando ambos ao confinamento e repressão. Muitas vezes é melhor terminar com a relação ou dar um tempo, quando se percebe que a posse do outro é doentia e controladora, pois a vítima do ciúme pode ter sua qualidade de vida emocional abalada e as estruturas psicológicas comprometidas, gerando depressão e doenças psicossomáticas. A vítima não consegue viver plenamente sendo coagida à tensão de ser submetida a fazer somente o que o outro quer, fazendo a vontade do outro, se anulando cada vez mais.
   É muito importante a psicoterapia para o casal, buscando visar qualidade de vida psicológica e caminhos para amenizar este sentimento de posse do outro, analisando os motivos e buscando controlar a agressividade que existe por detrás do ciúme doentio. Muitos crimes passionais são motivados pelo ciúme doentio. A doença vai envolvendo o indivíduo, distorcendo valores e princípios, despertando os sentimentos mais primitivos, daí a importância de buscar ajuda para superar e aprender a lidar com este problema, visando a aprender a respeitar a individualidade do outro, a ser mais feliz e equilibrado. A confiar mais em si mesmo também e, ter um relacionamento saudável com qualidade de vida intrínseca.


 
Paz e luz a todos...
Que o amor de quem está lendo seja lindo e muito abençoado por Deus e pelos Anjos do Amor....
 
Norma Aparecida Silveira Moraes
Enviado por Norma Aparecida Silveira Moraes em 14/12/2013
Reeditado em 14/12/2013
Código do texto: T4611394
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