O FANTASMA DO PÂNICO

Ishiro me dizia a cada encontro: Não sei mais o que fazer, estou desesperado. Ele não podia tomar andar de bibicleta, conquanto toda vez que andava após um período de tempo entrava em desespero. Era quando as suas mãos suavam, seu coração batia rapidamente e parecia que algo terrível estava para acontecer. Nessas ocasiões sempre pensava que um ônibus ou caminhão o atropelaria.

Por causa do pânico, Ishiro perdera alguns empregos, uma vez que seu meio de locomoção para os estabelecimentos onde trabalhara era a bicicleta. Recentemente, tinha abandonado mais um trabalho por causa de seu estado de saúde.

A cura nos casos como o de Ishiro, vem pelo autoconhecimento. É preciso voltar no tempo e localizar situações traumáticas vividas na infância para que seja feita uma análise contextual e uma releitura adulta da situação traumatizante anteriormente vivida.

Conversa vai e conversa vem, descobrimos que Ishiro morara à beira de uma rodovia. Como não podia se diferente, vários acidentes com pedrestes e ciclistas aconteceram diante dos olhos tenros de Ishiro que tudo via através da grade de seu quintal.

A descoberta da causa e a compreensão humana das venturas e desventuras que envolvem a vida de uma pessoa leva-a a um reordenamento mental e um início de vazamento do tumor psíquico que o leva à cura.

Um certo dia Ishiro chegou cheio de alegria havia conseguido andar uma boa distância de bicicleta. Fora até o portão de uma das empresas onde desistira do trabalho. Eram apenas 5 Km, mas valiam a felicidade de Ishiro. Pouco a pouco o terror deixou a alma de Ishiro. Hoje Ishiro participa de maratonas e sai de sua casa na zona rural para ir ao trabalho todos os dias.