O PROGRESSO PELA REENCARNAÇÃO E A VIOLÊNCIA ATUAL

À primeira vista, o aperfeiçoamento dos espíritos pela reencarnação parece contraditório, se confrontarmos esse progresso com a violência, a desigualdade social e o desamor que observamos na atualidade. Parece, como afirmam alguns contraditores do Espiritismo, que não houve avanço real na sociedade humana e que isso é um fator que depõe contra o ensino espírita do aprimoramento da humanidade por meio das vidas sucessivas.

Todavia, essa impressão revela uma total falta de compreensão acerca da História. Esses irmãos, ávidos por tentar ofuscar a doutrina reencarnacionista, não notam o quanto a humanidade avançou em todos os aspectos se comparados aos séculos pretéritos. Assim, Erram quando dizem que o nosso mundo vem piorando, pois que, a violência e as guerras de antigamente eram muito mais frequentes e brutais que hoje em dia. As leis eram muito mais injustas e o conforto material hoje é infinitamente melhor. Ao lado das grandes desigualdades atuais, podemos igualmente verificar amplas iniciativas, em todas as partes, visando às causas humanitárias como nunca houve.

O avanço da medicina proporciona maiores expectativas de vida e a degradação ambiental, ocasionada pelo aumento populacional e suas necessidades materiais cada vez maiores, são aos poucos, contrabalançadas pelas crescentes tecnologias que visam trazer o equilíbrio entre a ciência e a natureza.

Então, há sem dúvida aperfeiçoamento. Essa aparente contradição entre reencarnação e o progresso, procede unicamente da incompreensão acerca do que o Espiritismo ensina sobre a evolução espiritual e os processos de renovação planetária. Geralmente, as pessoas que não professam a Doutrina Espírita, dificilmente se interessam em buscar um entendimento mais aprofundado dos seus postulados, ficando na leitura superficial dos livros, catando contradições.

Um dos princípios básicos do ensino espírita é a pluralidade dos mundos habitados, ou seja, acreditamos na existência de vida inteligente em outros planetas. Existindo mundos habitados por seres com corpos físicos como o nosso e outros com vida puramente espiritual.

Os espíritos que habitam esses Orbes podem migrar de um mundo para outro e até de um sistema solar para outro, dependendo das suas necessidades evolutivas.

No Evangelho Segundo o Espiritismo capítulo III, verificamos, do ensino dado pelos espíritos, que os mundos em sua diversidade, são divididos em categorias: mundos inferiores ou primitivos, mundos de provas e expiações, mundos regeneradores e mundos superiores ou felizes.

Essas imigrações e emigrações dos espíritos acontecem por vários motivos:

- Quando um espírito consegue chegar ao nível máximo de progresso que o planeta comporta, ele pode migrar para outro orbe mais elevado, reencarnar e continuar a progredir;

- As migrações também ocorrem quando um espírito não consegue acompanhar o progresso geral do planeta, então ele é encaminhado para um mundo que lhe seja compatível a fim de não ficar deslocado e causar impedimentos aos demais;

- Espíritos que habitam mundos superiores, também podem migrar temporariamente para os planetas mais atrasados como missionários, levando o progresso intelecto/moral que as populações desses Orbes necessitam para a sua elevação.

Desse modo, os espíritos esclarecem que o mesmo ocorre com os habitantes da terra, o nosso planeta já esteve na categoria de mundo primitivo e atualmente está classificado como um mundo de provas e expiações. Milhões de espíritos que, por terem chegado ao progresso máximo que a terra pode comportar, deixam-na para habitar mundos mais elevados, ao passo que, milhões de outros vêm de diversos locais do espaço para o nosso mundo por afinidade evolutiva.

Esse fenômeno migratório interplanetário no mundo espiritual, explica o aumento crescente da população, pois sempre haverá espíritos necessitando passar pela experiência das existências sucessivas na ambiência terrena. E isso também esclarece o porquê do aperfeiçoamento lento e gradual da coletividade humana, pois os espíritos que atingem a perfeição não permanecem aqui sendo substituídos por espíritos compatíveis com um mundo de provas e expiações.

Ainda segundo a codificação espírita, o momento presente é de transição, o nosso planeta está em vias de elevar-se na hierarquia dos mundos para o grau de regeneração. Muitos espíritos migrarão compulsoriamente para mundos menos elevados, por não se adequarem mais a essa nova condição da terra, enquanto que outros reencarnarão aqui por já estarem na condição espiritual exigida para um mundo regenerador, composto por espíritos essencialmente bons, transformando a terra num ambiente planetário, onde a justiça e o amor serão a regra geral nos corações humanos.

Entretanto, até se concretizar a regeneração supervisionada por Jesus, a violência e os desequilíbrios sociais que ainda permeiam as sociedades são uma consequência desse período de transição, onde os espíritos encarnados e desencarnados estão sendo avaliados e selecionados em seu livre-arbítrio. Aqueles que não aproveitarem a oportunidade e permanecerem rebeldes, trilhando os caminhos da barbárie serão afastados do Orbe terreno, ao passo que, os caminheiros do bem, vinculados ao pensamento Crístico, serão recompensados, permanecendo no mundo regenerado, serão os mansos que herdarão a terra segundo Jesus (Mateus 5.5) e a transição é a separação dos bodes e das ovelhas mencionada pelo Divino Mestre (Mateus 16:27) e que também se encontra no livro da revelação:

“Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro; porque próximo está o tempo. Quem é injusto, faça injustiça ainda: e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda. Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a sua obra”. (Apocalipse 22:10 -1)