Nos dias de hoje, nosso grande desafio como cristãos é aplicarmos nossas mentes na compreensão do ensino de Deus em meio a tantos ruídos que nos cercam. As demandas que a vida nos impõe, das quais não podemos fugir, se somam a outras questões pessoais e acabam nos distraindo do que é fundamental. As dores, dúvidas, necessidades urgentes, tarefas imediatas que a vida nos impõe, todas elas se somam aos muitos papéis que representamos e nos sobrecarregam.
A educação é o princípio básico de valorização das relações humanas, das emoções e das particularidades de cada um. O papel da educação é libertar as pessoas por meio da consciência crítica, transformadora e diferencial. Deste modo, o papel fundamental da escola é elevar as pessoas a atingir o seu sentido maior de humanismo, de humanidade. Nessa visão o processo de ensino busca contribuir para a educação global do ser humano. No entanto, as exigências sociais às quais estamos expostos tem feito da escola apenas uma etapa a se cumprir para obter a títulos e diplomas, necessários à disputa voraz do mercado de trabalho.
Mas o papel pelo qual a escola foi projetada não foi esse. Essa corrida desenfreada da sociedade tem feito com que o propósito inicial se perca. As disputas e a competitividade entre as pessoas têm sido levadas ao extremo. O ensino tem acontecido desconectado da realidade, das necessidades e demandas da humanidade.
É importante lembrarmos que existe uma crise no nosso ensino. Este muitas vezes não leva você a aprender, mas apenas a decorar, buscando apresentar apenas diplomas e títulos, que não dão conta de te capacitar a compreender e explicar a realidade ao seu redor. Muitas vezes, estudar se resume a cumprir um protocolo necessário para ter uma vaga de emprego.
Como o ensino escolar nos doutrina a esse mecanismo de estudo, acabamos aplicando-o também em nossos estudos cristãos. A educação na igreja reflete a forma como a educação local acontece. Isso será aplicado por nós em qualquer tipo de estudo, inclusive o da Bíblia. Lamentavelmente a Igreja como instituição também perdeu essa visão de crescimento e evolução humana.
Em Lucas 2:52, o apóstolo ressalta a dimensão humana do desenvolvimento de Jesus, “Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens.” Lucas 2:52. Esta passagem deixa claro que coexistiam o Jesus divino e o Jesus humano. Tal constatação é em si motivo suficiente para justificar nossa dedicação ao desenvolvimento das humanidades, como mecanismo estruturante e fundamental a todo o processo de santificação para o qual somos chamados.
Como igreja de Cristo, fomos alcançados por sua graça manifesta na nossa salvação, que já foi conquistada por Jesus. Carecemos, no entanto, de nos manter constantemente no
processo de santificação, em que transformamos a cada dia a nossa natureza em Sua imagem. Para isso, é necessário atitudes simples feitas de forma constante e consistente, como ler a bíblia todos os dias e buscar meditar nessa Palavra de dia e de noite.
Precisamos manter sempre em mente a dimensão prática das disciplinas espirituais. A prática da oração, do compartilhar a palavra, da leitura e do estudo bíblico, da simplicidade de uma vida piedosa, são atitudes aparentemente simples, mas com os grandes frutos espirituais, que não podem ser desprezados. Ao contrário disso, nós como corpo de Cristo apresentamos constantemente péssimos comportamentos. Nossas práticas de ética são observadas na maneira como nos conduzimos em comunidade. Ou seja, ética é a qualidade da nossa conduta em relação ao nosso próximo na igreja. E nos dias de hoje as condutas da Igreja, de forma generalizada, são execráveis e detestáveis.
A transformação da qual a Igreja necessita, precisa acontecer em cada pessoa que faz parte desse todo. Ela não pode se limitar a uma mudança apenas no espírito, na alma ou no corpo. Precisa ser uma mudança profunda de perspectiva e motivação, que impulsione cada pessoa na busca por transformação em todos os sentidos da existência humana. Romper a barreira educacional atual, adequarmos nossos estudos e disciplinarmos nossa rotina torna-se fundamental. Ao plantar novas atitudes práticas todos os dias, cada um contribuirá para um novo tempo de grande colheita, em que iremos experimentar vultoso avivamento como Igreja. Este processo precisa, principalmente, promover o encontro entre pessoas que queiram estar integradas umas com as outras, em prol do bem comum e do mesmo propósito, a manifestação da graça de Jesus para os povos.
Abra a Porta e Michelle Saab
Enviado por Abra a Porta em 15/04/2021
Código do texto: T7233092
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