O poder da Palavra de Deus na História é tão evidente, inexplicável e palpável, tão forte que os anos se passam e ela segue sendo anunciada repetidamente, sem tornar-se escassa, sem findar e sem que se possa atingir seu total conhecimento, pois o mesmo se renova. A Palavra de Deus tem poder para atualizar a alma do homem, transformá-la de modo que alcance o objetivo primário: resplandecer a glória do Autor da Vida. Contudo, ela não muda porque Deus não muda. A Palavra é eterna, tudo foi feito por ela e sem ela nada do que foi feito viria a existir (João 1).
     É por essa verdade que o Apóstolo Paulo, ao escrever um verdadeiro tratado teológico aos romanos, no versículo 18 do primeiro capítulo, defende o Evangelho e declara não se envergonhar daquilo que é poder para a salvação, não qualquer poder, mas algo como a força de uma dinamite que atinge tudo ao redor. Esse poder do Evangelho se manifesta primeiramente na consciência do cristão. A “devastação” que acontece faz com que o servo de Deus se reconheça como devedor (v.14), como o maior dos pecadores (I Timóteo 1.15). O cristão tem a mente renovada pelo Verbo Vivo, até porque ser salvo requer a transformação e a renovação de modo que os valores e os anseios sejam moldados ao Deus da Palavra. O reconhecimento da condição de depravação total leva o salvo à proclamação do Evangelho. O cristão pensa, respira, vive pensando na a eternidade, essa é sua razão de existir e agir.
    Os irmãos de Roma, que receberam a carta de Paulo, sofriam a pressão interna de seus próprios pecados e hábitos e a pressão externa da ridicularização social. Tendo em vista esse contexto, Paulo busca fortalecê-los, fazendo-os lembrar que não há razão para ter vergonha daquilo que traz poder para a salvação. A postura de Paulo é contra o secularismo de Roma, de modo que ele explica o Evangelho detalhadamente, visando o fato de que aqueles irmãos estavam inseridos em um ambiente de cultura deplorável e os maus hábitos precisavam ser expurgados. A admoestação de Paulo foi para que eles lembrassem o que é o Evangelho. Não se tratava de uma meta a ser alcançada, mas sim do poder dado por Deus para aqueles que vivem a justificação em Cristo e serão glorificados também n’Ele.
     Do mesmo modo como os cristãos romanos eram afrontados por sua fé, somos diariamente confrontados por fatores internos e externos. Vivemos inseridos em uma cultura imunda, somos completamente deturpados e falhos. Assim como o profeta Isaías, temos lábios impuros e vivemos no meio de pessoas de lábios impuros. Ao olharmos para aquilo que é o Evangelho e quem somos diante de Deus, devemos reconhecer que somos devedores e que se não fosse pela graça derramada sobre nós, que vem demonstrando todo o poder de Deus e nos quebra, moendo nossos corações ao reconhecermos que sem a misericórdia de Deus seriamos definitivamente exterminados. Assim, tudo o que podemos fazer é entregar nossas vidas ao Senhor, sabendo que é pouco. Devemos obedecê-lo em todos os seus mandamentos, porque o amamos (João 14).
     O Espírito Santo manifesta-se através da Palavra e nos direciona a cumprir o ordinário, confiando que o extraordinário vem Deus, que nos sustenta e já nos deu poder para sermos salvos. A nós, cabe confiar e cumprir tudo o que nos é ordenado porque o Evangelho dinamita nossas vidas, é algo divino e transforma o homem externa e internamente, em suas entranhas, como declara o escritor aos Hebreus no capítulo 4 verso 12. O mérito não é do cristão, é de Jesus, o Deus que se fez homem.
Abra a Porta e Raquel Araújo
Enviado por Abra a Porta em 14/04/2021
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