Um exercício de dedução

Para muitas pessoas esta é uma pergunta crucial: Onde está Deus? Para parte dessas pessoas, se ele aparecesse ante os olhos de todos, seria a comprovação irrefutável da sua existência, já que mesmo sem ver, acreditam. Para outros, a sua aparição seria a forma de tirar de suas mentes as dúvidas que os tornam incapazes de reconhecer a sua existência.

Observem bem, usei o verbo reconhecer, e não conhecer. Conhecer significa primeiro contato, a primeira oportunidade de saber algo sobre um fato ou alguém. No caso reconhecer, é ter novo contato, já que outrora esse contato já ocorreu.

Ora, dirão os que não acreditam em Deus, que não reconhecem, porque, segundo eles, jamais tiveram contato com o divino, e que até gostariam de conhecer. Vejamos bem se esses argumentos estão corretos.

Dizem que Deus não nos aparece e isso é a maior prova de que Deus não existe. Vamos, pois, fazer um exercício de dedução. Se sairmos para andar e vermos em uma árvore uma casa de João de Barro, mesmo que ele não esteja lá, sabemos que aquela obra de barro é uma casa feita por aquela ave. Não precisamos ver o pássaro construí-la, basta ver a casa e sabemos que foi o João de Barro quem a edificou. O mesmo podemos dizer de uma teia de aranha. A aranha não precisa estar lá. Basta vermos a teia e sabemos que uma aranha a teceu.

Pois bem, se os céticos são capazes de entender esse exercício de dedução, como não podem aplicar o mesmo exercício para reconhecer a existência de Deus? Observem as leis da física, da infinitamente pequena à incrivelmente grande, a sutileza que regem as forças da natureza, sejam no macro ou no micro cosmo, ou então as características químicas de cada elemento da tabela periódica, a simples mudança de um próton ou nêutron e os átomos apresentam características diferentes, ou a incrível gama de combinações que podem produzir, gerando tudo o que podemos ver ou perceber, ou ainda, ao analisar princípios matemáticos observa-se a sutileza de números como o Pi ou o Fi, ou mais ainda a incrível capacidade de adaptação da Vida, que ocupa ambientes considerados inóspitos por nós, humanos, mas que para a Vida é só mais um ambiente para mostrar sua vitalidade.

Ora, Deus não aparece em carne e osso para as pessoas todos os dias. A princípio não. Mas ele deixa sua marca por onde passa. Da mesma forma como o João de Barro ou a aranha, Deus também criou, também construiu. Basta vencer os pré-conceitos e fazer uma análise sem a influência de pseudo conhecimento. Verá que no Universo, em tudo o que existe, há um propósito, há uma razão. E se existe isso, então é evidente que há quem o pensou antes, Deus.

Dirão que tudo é uma mera coincidência. Com o perdão da palavra, que pobreza pensar assim. Coincidência, se é que existe, poderia ser um fato. Já dois deveria ao menos levantar a hipótese da dúvida sobre a existência da coincidência. Mas aos milhares, como é possível ver nos dados científicos nos mais diversos ramos do saber, então não é coincidência, é propósito. Existe um propósito e existe quem o propôs.

Deus está aí, como estão o João de Barro ou a aranha, a diferença está, pois, em quem observa. Depende de cada um saber deduzir dos fatos a existência de Deus. Ele está aí, basta saber reconhecer (novamente conhecer) que tudo que existe há um propósito.

E sobre Deus aparecer ou não para todos, aí, novamente, está nos olhos de quem sabe admirar o universo e tudo o que está nele contido. Para uns, será só matéria, para outros a presença física de Deus. Cada um que escolha como ver a Criação.