O que é amor? Gosto, apego, afeição, amizade, paixão... Nos dias hoje, alguns significados óbvios têm se tornado complicados de se descrever, exatamente porque o sentido dos mesmos restrigiram-se na entonação da voz que são ditos ou na frequência da declaração. Logo, ninguém sabe dizer sobre aquilo que não conhece ou por vezes nem mesmo sente.
     O apóstolo João nos conta lá na sua primeira carta que o próprio Deus é amor. Ora, então quando dizemos a algo ou a alguém que lhes devotamos amor, logo estamos oferecendo o que há de melhor em nós, o que há de divino em nós.
    Aqui, vale lembrar que Deus não está nos nossos parâmetros humanos de definição de amor. O amor divino é perfeito, pleno e ilimitado, não o que conhecemos como amor-apego, que é apenas uma relação de recompensa. Exatamente por isso que por vezes nos sentimos frustrados, magoados ou insatisfeitos com algo que não ganhamos ou conquistamos: é a pura manifestação do amor que educa e corrige, e não faz a vontade do outro apenas para também ser amado.  
    Temos dificuldade em entender o que é o Amor Divino porque supomos que Ele nos ama com as nossas concepções de amor, e nisso, caímos no equívoco de pensar que a insistência de Deus por nós é equivalente àquela nossa insistência de passar num concurso público ou de ganhar na loteria. Uma hora cansamos, desistimos ou achamos outra opção.
     Para Deus não funciona assim. A primeira e a última opção de Deus somos nós, e não 'nós' no coletivo, mas eu e você, na individualidade da nossa criação.
     E merecemos isso? É claro que não. Exatamente por isso que precisamos tanto. Exatamente por isso que o sacrifício cruento da cruz se renova todos os dias, ainda que de forma incruenta. Exatamente por isso que acordamos todas as manhãs com várias horas pela frente para tentar fazer valer essa constante inundação de misericórdia. Exatamente por isso que em todas as nossas quedas, sempre damos um jeito de retornar para onde saímos: é a graça amorosa nos atraindo para sua fonte.
     Somos infiéis, moles, fracos, miseráveis, pecadores, e tudo o que for mais próximo de nada que você conseguir pensar durante essa leitura. Caímos e consentimos com nossas quedas, imediatamente após de prometer fidelidade. Que humano nos aceitaria de volta tantas vezes?
    Ah meu caro leitor (a), aí que está o pulo do gato. "Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo". Paulo falou isso deixando claro como água que se por algum momento Deus fosse infiel, deixaria de ser Ele mesmo, uma vez fidelidade incondicional só pode provir de amor incondicional, do próprio Amor.
        Sim amigo (a), Ele nos ama apesar de nós. Apesar do que não somos, do que não cumprimos, do que fazemos e dizemos. Nos ama. Porque sabe que a substância que nos criou é a mesma que nos sustenta. O mesmo sopro que veio até nossas narinas é o que nos dá o fôlego de vida. Por isso Ele insiste, bate na porta, incomoda, relembra e reconduz, até, enfim, percebermos que não podemos sozinhos.
   Já é hora de nossa mente e nosso coração abandonarem a ignorância voluntária e compreender que é de Deus que nascemos, para Ele que vivemos, por Seu Amor respiramos e para Ele voltaremos, curados, felizes e plenamente amados, como ninguém jamais pôde ou poderá amar
Abra a Porta e Joyce Lima
Enviado por Abra a Porta em 12/03/2021
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