A essência do Protestantismo: a salvação pela fé

Lutero era um monge católico agostiniano que vivia perturbado com um Deus apresentado pela Igreja medieval, que era mau, julgador, que adorava sacrifícios do fiel, cobrando indulgências e punindo com o fogo do inferno e o purgatório. Ele não conseguia compreender como seres humanos falíveis, com natureza pecaminosa, com inclinação natural para o mal poderiam fazer o bem e praticar obras de caridade o tempo todo para que os mesmos fossem ao paraíso.

Seus biógrafos relatam suas lutas incessantes com o "diabo", revelam que ele orava por horas para que Satanás não o tocasse e não o conduzisse ao mal. Alguns o chamaram de neurótico por conta desses períodos de oração que pareciam uma guerra consigo mesmo e contra o mundo espiritual.

O melhor filme produzido sobre ele, com grandes atores de Hollywood, tem cenas que mostram essa sua luta constante.

Toda essa angústia desaparece quando Marinho Lutero lê em Romanos 1:17 que "O justo viverá pela fé", que é na verdade uma versão de Habacuque 2:4, um dos Profetas Menores do judaísmo, que escreveu entre 605-597 a. C., que viu a queda de Judá na ocasião da invasão neobabilônica.

Ao ler o versículo de Habacuque citado por Paulo, ele compreendeu que não são as obras, nem o que fazemos e tampouco a nossa justiça própria ou o nosso esforço que nos conduzem ao céu, a Deus e ao paraíso com Cristo, portanto é a fé que nos justifica diante de Deus.

Lutero entende que não é o esforço do homem que gera sua própria salvação. Mas sim, o sacrifício de Cristo na cruz do calvário que é o que nos reconcilia com Deus, quebrando todo "escrito de dívida que havia contra nós ". Só temos que crer nesse sacrifício e descansar na soberania de Deus.

É esse o entendimento de Efésios 2:8-9, que diz:

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.

Não vem das obras, para que ninguém se glorie;

Ser protestante é acreditar que a justiça de Deus vem pela fé. Que a salvação é o favor imerecido de Deus para uma humanidade perdida que não pode fazer absolutamente nada para merecer a salvação ou para adquiri-la por esforço próprio.

Não há nada que possamos fazer para trazer esse bem para nós, só crer. As obras nessa perspectiva, não geram salvação nem ajudam a pessoa conseguir a celestialidade. Elas só autenticam que o cristão foi alcançado pela graça mediante a fé e tem que viver em novidade de vida.

As obras autenticam a fé. Não geram a salvação na cosmovisão protestante. Bem diferente pensam católicos e espíritas. Os primeiros acreditam que fé e obra são necessárias a salvação, o segundo que obras e sucessivas reencarnações nos tornam seres melhores, nos evoluem e nos iluminam.

Se usarmos essa visão protestante clássica e paulina, veremos que a maioria absoluta dos que se dizem protestantes ou oriundos do Protestantismo histórico, os evangélicos modernos, nada conhecem sobre o Protestantismo e são de fato a negação dele.

Se você acha que roupas, subir montes, jejuns, adereços causam a salvação ou ajudam na sua salvação, você é tudo, menos protestante. Na verdade, você está na contramão desse movimento histórico iniciado por Martinho Lutero.

Pense nisso e reflita sobre seu cristianismo!

Acioli Junior
Enviado por Acioli Junior em 20/11/2020
Reeditado em 05/12/2022
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